Fazer
turismo no Paraguai não é lá muito “usual”. No máximo, no máximo, quem vai em
Foz do Iguaçu aproveita para atravessar a fronteira e comprar alguma coisa da
Ciudad del Este. As famosas muambas do Paraguai.
Agora, ir
pra Assunção, capital do país, já é bem mais raro.
A não ser, claro, que
você tenha uma meia maratona pra correr e algumas milhas para comprar as
passagens... 😁 Foi meu caso!
E o que
tem para se conhecer turisticamente em Assunção? Sério mesmo? Bem pouca coisa.... O
centro histórico é pequenino e em um dia dá pra fazer o roteiro completo.
Fora
do centro, avenidas mais afastadas com um trânsito sempre engarrafado mas que
para um turista não sugerem nenhum interesse.
A não ser que se goste de shopping. Em razão
da minha corrida, precisei ir no maior shopping da cidade, o Del Sol que é
horizontal, bonito e possui lojas de grifes famosas. Quase em frente a ele, outro
shopping bonito e moderno, o Paseo La Galeria, mas nesse eu não entrei.
Voltando
ao centro.
O roteiro pode ser iniciado pela região mais central, na Plaza de La
Democracia, que fica colada à Plaza de La Libertad. São praças pequenas, com
boas opções de compras de artesanatos. Destaque para o belíssimo Ñaduti, uma renda colorida e delicada, criada pelos índios guaranis.
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Ñaduti |
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Garrafas para o tererê |
Ao lado
delas, no Panteón Nacional de Los Heroes, bonito local guardado por guardas que
de tempos em tempos são substituídos por outros com toda aquela encenação
militar, é onde estão os restos mortais de ex presidentes
paraguaios, dentre eles Solano Lopez, muito conhecido por nós brasileiros
quando estudamos a Guerra do Paraguai, que por sinal, lá é chamada de Guerra da
Tríplice Aliança (pra quem não lembra, entre 1864 e 1870, a luta foi entre o Paraguai e os três
que se uniram do lado contrário, Brasil, Argentina e Uruguai).
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Panteon |
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A urna à esquerda é a que contém os restos mortais de Solano Lopez |
Bem em
frente ao Panteón, na rua Palma, que é a mais importante do centro, fica o Lido
Bar, tradicional restaurante da cidade onde pode-se comer algo típico, no meu caso, fui de sopa paraguaia, que de sopa não tem
nada, é uma espécie de bolo salgado feito de milho e queijo. Para acompanhar,
pode ser a cerveja local, a Pilsen.
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Sopa Paraguaya |
Depois da
sopa, o passeio pode continuar até o Museu Casa de La Independência. Nessa casa
antiga foi onde os conspiradores reuniram-se planejando a independência do
país, que se deu no ano de 1811. No seu interior, objetos contando um pouco
dessa história.
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Casa de La Independência |
Continuando
o passeio, mais uma parada no prédio chamado Cabildo, que já foi sede dos
poderes administrativo e judiciário. Hoje, abriga o Centro Cultural da
República, com exposições sobre a história do país.
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Cabildo |
Ao lado
direito do Cabildo, a Catedral de Nuestra Señora de Asunción, finalizada em
1860.
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Interior da Catedral |
Ao lado
esquerdo do Cabildo, o Palácio de Los López, sede do Governo Paraguaio.
Construído em 1857 por Solano López, pra mim é o prédio mais bonito de Assunção. Pena que não podemos entrar....
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Palacio Los Lopez |
Em frente
ao Palácio, com o portão de entrada pela rua lateral, o Centro Cultural Manzana
de La Rivera, um conjunto de casas da época colonial, é local de exposições. Ao fundo tem um café com a vista privilegiada para o bonito Palacio Los López (pena que a fiação elétrica da rua fica bem em frente...).
Na parte
de trás do palácio, o letreiro de Assunção, local perfeito para fotos e o calçadão
da Costanera que se estende por toda a Baía de Assunção, formada pelo Rio
Paraguai. Vale o passeio mas não existem maiores atrativos, como quiosques,
bares ou parques. Só o calçadão mesmo.
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Baía de Assunção |
Saindo um
pouquinho do centro histórico, para quem não pode perder um mercado (como eu),
o Mercado 4 é imenso, com pequenos quiosques com tuuudo que você possa
imaginar, do eletrônico às roupas, comidas, flores, ervas..... Confesso que não
me interessei por preços, embora saiba que Assunção não é zona franca como
Ciudad Del Este.
E esse
foi meu roteiro turístico. Como fiquei 4 dias em Assunção, caminhei bastante mas me
concentrei sempre no centro. A cidade é considerada segura. Disseram-me que
eu poderia andar sem problema e assim o fiz embora não tenha saído à noite. Senti-me
sempre segura.
No domingo, o centro histórico fica meio deserto. Em compensação, no sábado, tive a sorte de estar por lá justamente na hora que estava acontecendo um desfile com grupos típicos, tanto do Paraguai quanto da Bolívia, com suas roupas coloridas e música animada.
O
país tem muita história pra contar. Depois da Guerra do Paraguai enfrentou a Bolívia na Guerra do Chaco, em 1932/1935. Também juntamente com a Bolívia é o único país da América do Sul que não
tem saída para o mar e, até onde eu saiba, o único que possui duas línguas
oficiais, o espanhol e o guarani, a língua nativa, mesmo nome de sua moeda. A língua indígena é até mais falada que a língua do colonizador e é com ela que a comunicação informal é realizada.
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Os Guaranis |
Já do avião, no letreiro do aeroporto, dá pra ver as boas vindas dadas aos que desembarcam,
em espanhol e em guarani. Legal terem conseguido
preservar sua língua nativa. Hoje ela é ensinada nas escolas e, mesmo na
capital, as pessoas a usam normalmente. Hora estão falando em espanhol entre si,
hora em guarani (que não dá pra entender uma única palavra!). Porém, relaxe! Os paraguaios são bem simpáticos ao serem questionados sobre qualquer informação turística e arriscam até mesmo algumas palavras em português para tentar ajudar.
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Boas vindas em espanhol e em guarani |
Dicas para quem vai:
Hotel: se
você for pra turistar, a recomendação é que fique no
centro, o mais próximo possível do Panteón Nacional de lós Heroes, ao redor dos pontos turísticos da cidade, evitando a necessidade de uso de transporte.
Câmbio: a moeda local é o guarani (Gs)
mas eles aceitam o dólar. Porém, em coisas de pouco valor, tem que ser com o
guarani mesmo. Portanto, se você for pegar ônibus no aeroporto, troque logo
alguns reais, mas não o faça na casa de câmbio que tem ainda dentro do
desembarque (valor muito baixo). Já no saguão do aeroporto, procure pela casa
de câmbio Chaco . A cotação é quase
igual a do centro da cidade, onde você também pode procurar a mesma casa, que é
a mais conhecida.
Saindo do Aeroporto: o aeroporto na verdade fica na
cidade vizinha, chamada Luque, a uns 13km do centro de Assunção. O táxi cobra U$
20 para o centro (sim, eles aceitam em dólar, real ou guarani).
Já o
ônibus (logo ao sair do aeroporto, a parada fica a uns 100m de caminhada à
direita) é bem mais barato: o normal, 2200 guaranis e o com ar condicionado,
3600 guaranis, o que, no câmbio de 2018 dava R$ 1,60, R$ 2,60 respectivamente.
O ônibus que se pega para ir para o centro de Assunção é o de No 30, mas é bom se certificar com o
motorista, que eu não achei lá muito simpáticos e disponíveis para dar
informações..... A dica é baixar o mapa da cidade no Google Maps com
antecedência, ir acompanhando o trajeto feito e descer quando estiver perto do
seu hotel, no centro. Foi o que eu fiz na ida e na volta. E deu certo!
Comidas: além da Sopa Paraguaia, comi o
Pastel Madi’o, feito com massa de mandioca e recheado com carne, e a chipa, parecida
com o nosso pão de queijo. Fiquei em débito com o Mbeju, bolo feito de farinha
e queijo e o Vori Vori, caldo com bolinhos de fubá dentro. A cerveja mais consumida é a Pilsen mas o que se bebe em toda esquina é o tererê, um chá servido em garrafas térmicas que eles carregam pra cima e pra baixo. Nas ruas tem banquinhas com gente vendendo. Basta o freguês encostar com sua garrafa e enchê-la.
Restaurantes: o já citado Lido Bar e no centro também, o Bolsi, com ambiente interno e externo e
um cardápio variado, inclusive com vários pratos típicos e uma boa carta de
cervejas. Outro famoso e tradicional restaurante é o San Roque, o mais antigo da cidade, a 1km do centro, embora eu
tenha gostado mais do Bolsi. O Ña
Eustaquia (no centro e também no shopping) foi-me recomendado pela dona do
hotel para provar pratos típicos, mas acabei não indo.
Artesanato: não gostei do artesanato no
Mercado 4. O das pracinhas ao redor do Panteón é de melhor qualidade e mais bonito. Na
calçada da rua Palma também existem barraquinhas e índias vendendo bolsas
coloridas, pulseiras, cintos.
Veja também sobre o Paraguai: Maratona Internacional de Assunção - MIA 2018
Mais fotos:
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Ônibus saindo do aeroporto |
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Panteon |
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Interior do Panteon |
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Bar Lido |
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Praça ao lado do Panteon |
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Fazendo artesanato |
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Banquinha vendendo tererê |
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Feira de artesanato no centro |
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Rua Palma |
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Antiga estação ferroviária (Estacion Ferrocarril) |
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El Cabildo |
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Torre da Catedral |
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Interior da Catedral |
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Costanera à noite |
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Baía de Assunção |
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Palácio |
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Interior da Casa da Independência |
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Pastel Madi'o |
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Desfile folclórico |
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