A “Cidade da Juventude”, a "Roma Portuguesa" ou ainda a "Cidade dos Arcebispos",
possui quase 200 mil habitantes, muitos deles estudantes da Universidade do
Minho e justamente em razão dessa população jovem, tem uma vida cultural movimentada. Mas apesar dessa sua "atual" juventude, Braga, centro da região outrora chamada de Minho, é considerada a cidade mais antiga de
Portugal e, claro, em razão disso, tem muita história pra contar.
Fundada em 16AC pelos
romanos, a cidade, cujos habitantes iniciais chamavam-se “brácaros”, recebeu a
denominação de Bracara Augusta em homenagem ao imperador romano César Augusto e foi
uma das maiores cidades do grande Império Romano.
Depois disso passou pelas
mãos dos mouros, foi retomada pelos cristãos, tendo sido palco de inúmeras
invasões e guerras. Já foi toda circundada por uma muralha e possuiu um grande
castelo do qual só sobrou uma torre, a Torre de Menagem que hoje abriga um
museu contando a história da cidade.
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Torre de Menage |
Por ser uma das cidades
cristãs mais antigas do mundo, Braga possui inúmeras igrejas. Li que são 86!
Não sei se é verdade mas somente andando pela região central eu visitei várias. E todas lindas!
Apesar de não ser uma cidade
muito procurada turisticamente, decidimos ficar 4 noites. Hospedadas
no centro da cidade, passeamos bastante por suas ruas observando o movimento,
sentamos nos restaurantes para almoçar “Bacalhau à Braga” e beber o famoso
"Vinho Verde", o vinho da região. Subimos e descemos a central e florida Av da Liberdade inúmeras
vezes e tomamos café da manhã em pequenas padarias frequentada pelos
bracarenses.
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Praça da República e a Basílica dos Congregados |
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Avenida da Liberdade |
Caminhamos muito, mas MUITO
mesmo em Braga. Um dia a Neide cismou de ir na Decatlon de lá, que fica a uns 4km
do centro. Google maps na mão, fomos e voltamos andando. Cansativo sim, mas não
existe melhor maneira de conhecer um local! Entramos e saímos de bairros afastados os quais jamais teríamos a oportunidade de conhecer. No final, exaustas, parada
obrigatória na Taberna Belga, famoso local onde servem francesinhas, sanduíche típico do norte de Portugal, mas onde gostei mesmo foi da carta de cervejas!
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A brasileira, a francesinha e a belga (Delirium Tremens) |
Nós gostamos tanto de
Braga que modificamos nosso roteiro original, voltando antes do tempo de
Santiago de Compostela para mais um dia na cidade a fim de participarmos do
festival Braga Romana.
Braga Romana é um festival
anual que acontece sempre na última semana de maio (15a edição em 2018) e recria pelas ruas da cidade a época do
domínio romano. Durante uma semana o centro histórico fica repleto de
barraquinhas com comidas, palcos com apresentações teatrais e musicais, acampamento militar, cortejos, oficinas de arte, programação infantil, dentre outras atividades.
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Cortejo pelas ruas |
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Réplica de um acampamento militar da época |
Além das muitas igrejas espalhadas pela cidade,
existem dois santuários que ficam mais afastados, o Santuário de Nossa Senhora
do Sameiro e o Santuário do Bom Jesus do Monte. Visitamos o do Bom Jesus do
Monte para o qual seguimos à pé do centro, pelos 5km quase sempre em subida, depois de termos passado o dia todo
caminhando. Felizmente para alcançarmos a
Igreja, além da opção de subir inúmeros degraus, existe um funicular (que eles chamam de elevador).
No alto, além da Igreja, um café pra apreciar a vista da cidade que fica abaixo.
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Santuário do Bom Jesus lá no alto |
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E, já no alto, com a vista de Braga |
Ah, pra completar não faltou
corrida! Não prova, mas treino. Pra Neide, não foi novidade já que ela treinou
quase todos os dias da viagem, mas pra mim, foi o único local que fiz um arremedo
de treino. Maravilhoso por me ter feito explorar lugares "fora do circuito" (até me perdi... hahaha). Pena que foi a
única vez que tive coragem de sair cedinho do quente das minhas cobertas e
encarar o frio...
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Corredores pelas ruazinhas de Braga |
Um dos dias em Braga
foi reservado para um bate/volta à cidade de Guimarães, distante 25km e para onde
seguimos de ônibus.
Se Braga é a mais antiga,
Guimarães tem uma importância histórica enorme pro país, pois é considerada a “Cidade
Berço de Portugal”, local onde nasceu a nacionalidade portuguesa. Não somente porque
foi em Guimarães que nasceu Afonso Henriques, o 1° Rei de Portugal, mas também
porque foi lá onde aconteceram os principais fatos que culminaram com a
união e independência do país, depois da Batalha de São Mamede, sendo
Afonso Henriques reconhecido em 1179 Rei de Portugal pelo Papa Alexandre III.
O centro histórico de Guimarães é Patrimônio
Cultural da Humanidade e o que tem a ser feito é caminhar pelas ruas da antiga
cidade medieval, iniciando pelo belo Largo do Toural.
O ponto alto dessa
caminhada é chegar ao Castelo, construído para defesa da cidade, subir nos seus muros e
torres e ver a exposição explicativa sobre o nascimento de Portugal.
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Castelo de Guimarães |
Ao lado do castelo, o Paço
dos Duques de Bragança, cuja visitação nos leva por salões, quartos e
compartimentos da época medieval.
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Uma das salas do Paço dos Duques |
Em Guimarães também existe
um teleférico que vai até a Montanha da Penha, porém nas 2ª feiras o teleférico
não funciona, razão pela qual nós não fomos. 😥
Braga e Guimarães são passeios obrigatórios para quem está no norte de Portugal, sendo comum um bate/volta de trem ou de ônibus a partir da cidade do Porto.
Eu adorei ambas as cidades mas com certeza o encanto maior foi com Braga (opinião compartilhada com minha amiga Neide). Vale à pena mais que um dia por suas ruas, igrejas, praças. Cidade pequena mas movimentada, diversas opções culturais, povo receptivo. Foi amor à primeira vista! 💗
Dicas pra quem vai:
Como chegar em Braga: seguimos direto do aeroporto do Porto. Logo no desembarque existe um quiosque do Get Bus. Saem vários ônibus por dia para Braga ou Guimarães. O percurso dura 50 minutos e o valor é 8 euros.
Hotel em Braga: ficamos no Ibis Budget (800m da Praça da República). Recomendo, embora exista um Ibis mais próximo ao centro da cidade.
Restaurante em Braga: comemos um bom bacalhau com vinho verde num dos restaurantes da Praça da República, ao lado da fonte, o Café Astória.
Bracara Augusta: sempre na última semana de maio.
Taberna Belga: vale à pena ir no jantar, comer uma francesinha e tomar uma boa cerveja. R. Cónego Luciano Afonso dos Santos 14
Bom Jesus do Monte: pra quem não gosta de caminhar, pode-se ir de ônibus ou de taxi. Chegando lá, existe a opção de subir até a igreja de elevador (2 euros ida/volta).
Como chegar em Guimarães: ônibus a cada hora saindo da rodoviária de Braga. Percurso de 30 minutos e ticket por 3,30 euros.
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Convento do Pópulo |
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Igreja de Santa Cruz |
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Igreja de Santa Cruz |
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Igreja de Santa Cruz |
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Igreja do Hospital de São Marcos e a Igreja de Santa Cruz |
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Sé de Braga |
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Jardim de Santa Bárbara |
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Jardim de Santa Bárbara |
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Jardim de Santa Bárbara |
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Jardim de Santa Bárbara |
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Arco da Porta Nova |
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Filigranas |
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Ruínas romanas |
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Coisas de Portugal..... 😃 |
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Avenida da Liberdade |
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Começo da escadaria do Santuário de Bom Jesus do Monte |
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Igreja de Bom Jesus do Monte |
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Igreja de Bom Jesus do Monte |
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Treininho único... |
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Taberna Belga com Delirium Tremens |
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e francesinha |
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A cidade de Braga na época romana |
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Igreja de Nossa Senhora-a-Branca |
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Igreja de Nossa Senhora-a-Branca |
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Acampamento Militar da Bracara Augusta |
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Banda de música pela rua |
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Representações da época medieval |
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Nosso guia mirim nos dando explicações sobre a época medieval |
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Apresentação musical |
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Cerejas!!!! |
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Coisas de Portugal (2) 😃 |
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César Augusto e eu |
Guimarães:
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Largo do Toural |
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Largo do Toural |
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Uma das salas do Paço dos Duques |
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Crianças visitando o Castelo de Guimarães |
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Das muralhas do Castelo, a visão do Paço dos Duques |
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Castelo de Guimarães |
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Centro Histórico de Guimarães |
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Castelo |
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