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Parque Itchimbia |
Embora a capital do Equador tenha um
centro histórico riquíssimo, o mais bem preservado e menos alterado da América Latina, o que a levou a ser a primeira cidade do
mundo (juntamente com Cracóvia, na Polônia) declarada Patrimônio
Cultural da Humanidade pela UNESCO, nós
brasileiros ainda não a descobrimos.
Mas
não é somente o centro histórico de Quito que encanta.
São
diversas atrações, como parques, mirantes, feiras de artesanato, a vida noturna, além de passeios bate/volta para
atrações próximas, em uma cidade cercada de vulcões, situada na região andina,
a 2850 metros de altitude, o que ainda lhe tráz o benefício de clima agradável
durante todo o ano, por volta de 14oC (21oC no verão).
Fundada
em 1534, é no centro que estão os maiores tesouros da época colonial, a começar
com as diversas igrejas. Tantas, que existe uma rua chamada “rua das 7
Cruzes”, exatamente pelo fato de ter 7 igrejas.
Dentre
as que visitamos, destaque para a Igreja de São Francisco, a mais antiga
da cidade, com belíssimo altar dourado. Infelizmente a praça da igreja e seus
arredores estavam interditados devido às obras do metrô.
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Altar da Igreja de São Francisco |
A Basílica
do Voto Nacional, a mais “nova” das igrejas, em estilo neogótico e
comparada à Notre Dame de Paris fica em uma colina. Naquela altitude, o esforço
para chegar a ela é considerável mas pra quem ainda tiver coragem, aconselha-se
subir na torre para ver a vista da cidade. Essa parte eu dispensei.... 😁
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Torres da Basílica do Voto Nacional |
A Igreja
da Companhia de Jesus foi a que me causou maior impacto.
Ao entrar na
igreja, a surpresa com seu interior dourado misturou-se com um som belíssimo que
vinha do altar. Era a Orquestra Sinfônica de Quito ensaiando para a
apresentação logo mais à noite em comemoração ao aniversário da Revolução
Francesa. Foi magnífico presenciar aquele ensaio. À noite, voltamos para a
apresentação. Enfrentamos uma fila de meia hora (entrada gratuita)
e assistimos ao espetáculo que foi muito belo, mas o ensaio causou maior impacto.
Além
das igrejas, existem muitos museus. Esses eu não fui. Preferi usar o tempo
livre caminhando pelas ruas, observando o movimento. Em torno da Igreja de São
Francisco as ruas são de comércio popular, com frutas, comidas. Excelente para
caminhar, observar e provar.
A praça principal, a Plaza de la Independencia, é o coração da cidade, com
a catedral, o palácio presidencial e os prédios com as arcadas típicas das
“plazas de armas” dos países de colonização espanhola. Foi o local que escolhemos em uma tarde para tomar
cerveja em um dos barzinhos e observar o movimento da praça, com os
aposentados, artistas de rua, crianças, o vai e vem de turistas.
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Plaza de la Independencia |
O Palácio
de Carondelet é sede do governo e vale muito à pena participar da visita
guiada em seu interior (duração de 1 hora), aprendendo um pouco mais sobre a
história do Equador.
Fora
da região central, o passeio à Virgem de Panecillo, a 3000 metros de
altitude e a vista da cidade abaixo é imperdível.
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Virgem do Panecillo. Estátua de 45m |
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Vista de Quito a partir do Panecillo |
Outra
vista imperdível é a que temos do teleférico, essa mais alta ainda,
atingindo 4000metros de altitude de cima do cerro Cruz Loma. O passeio dura
cerca de 18 minutos, por 2,5 km de teleférico. Nem tente se tem medo de altura, embora chegar ao topo compense qualquer medo. A vista é lindíssima, assim como o próprio local. Se o tempo estiver bom,
dá pra visualizar o topo de alguns dos vulcões que ficam ao redor de Quito.
Devido à altitude, o local é frio e quem tiver disposição, ainda tem uma trilha pra ser
feita por lá, caminhando. Se precisar de uma forcinha, tem oxigênio pra comprar....
hahahah
Dos
parques, fomos ao Itchimbia, utilizado pelos próprios equatorianos nos
finais de semana. É um local com muito verde e, mais uma bela vista da cidade,
além de um palácio de cristal utilizado para recepções e exposições.
Estando
no Equador, quem não quer ir na famosa linha que dá nome ao país? Situada a
35km de Quito, o Parque Metade do Mundo, vale a visita, não somente pelo
simbolismo da linha em si, mas é um parque bonito, com outras atrações além da
linha, várias lojinhas de artesanato, lanchonetes e restaurante (inclusive comemos muito bem por
lá...).
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Entre o Norte e o Sul |
Como
toda cidade grande, Quito também tem uma vida noturna bem movimentada. No
próprio centro, é famosa a “Calle La
Ronda”. Uma rua antiga que foi revitalizada, com suas casinhas
multicoloridas ganhando bares, restaurante e lojinhas de artesanato. Primeiramente
estivemos na rua durante a manhã e a achamos calma, meio sem ninguém. Ao
voltarmos à noite, o movimento nos surpreendeu. Lotaaaada, pulsante,
barulhenta. Pessoas enchiam a ruazinha estreira e seus bares, cada qual com um karaoque (eles amam!)
mais barulhento que o outro.
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La Ronda vazia pela manhã |
Fora
do centro, o local recomendado para o agito noturno é o bairro La Mariscal. Mais moderno, tem muitos
barzinhos e restaurantes, principalmente ao redor da Praça Foch. Não fomos à
noite. Passeamos pelo bairro numa manhã de 2a feira, logo depois de gastar
algumas horas na feira de artesanato que mais gostei, o Mercado Artesanal La Mariscal, onde
se encontra tudo (e por um bom preço) do que vi no restante do país.
E
por falar em feira, que tal aproveitar um dia livre para conhecer a maior feira
indígena do mundo?
É a 90km ao norte de Quito, na pequena cidade de Otavalo, para onde vão os índios quichuas, com toda espécie
de produtos, como mantas, bolsas, tapetes, cerâmicas, alimentos.
Pelo preço dos produtos,
não achei que o passeio valesse à pena, mas observar o movimento da feira como
um todo, em especial os índios que dela fazem parte, com seu modo peculiar de
se vestir (todos com longas tranças, mulheres com saias e um pano na cabeça e homens com
calças e camisa branca, um xale sobre o corpo e chapéu preto), é interessante.
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Indígenas de Otavalo |
Depois
de 2 horas rodando pela feira, prosseguimos o passeio (de excursão) com
parada na Lagoa Cuicocha, dentro da
reserva ecológica Cotacachi Caypas. Lindo local com uma breve trilha que se faz
caminhando.
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Lagoa Cuicocha |
Depois
de Otavalo, parada para almoço na cidade de Cotacachi, famosa por seus
artigos de couro. Muitas opções de cintos, sapatos e bolsas e, para terminar o dia, pit stop rápido na cidade de
Cayambe para tomar café acompanhado de seus famosos “bizcochos”.
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Famosos "bizcochos" |
Ufa!
Falar de Quito e suas atrações demanda tempo! E quem o tem pouco, precisa fazer escolhas.
Com
tanta variedade, reservamos 6 dias para a cidade e outros passeios
perto, que ficaram assim distribuídos:
1-
volta pelo centro histórico, ida à Virgem del Panecillo e noite no bairro
boêmio La Ronda
2-
ida ao teleférico pela manhã e de lá à
Metade do Mundo. Final da tarde no Parque Itimbia
3-
dia no centro histórico com visita ao Palácio Presidencial, igrejas e praças
4- excursão Otavalo e Cotacachi
5 – manhã
no bairro La Mariscal
Os dois dias reservados ao Vulcão Cotopaxi e à Lagoa Quilotoa (passeios que podem ser feitos num bate/volta) foram à parte, e serão descritos no próximo post.
Dicas
para quem vai:
Como
chegar: o aeroporto de Quito fica a 40km do centro histórico.
Existem ônibus de linha e os executivos (U$ 8). Preferimos pegar o táxi
contratado no pr´prio aeroporto (U$ 26).
Onde
ficar: ficamos no centro histórico, em um hotel ao lado da rua
La Ronda e em frente à Praça de Santo Domingo. Excelente localização e
excelente hotel, com quartos amplos e atendimento de primeira. Há os que
prefiram ficar hospedados no bairro La Mariscal, um pouco mais longe do centro
histórico. Eu ficaria novamente no centro histórico sem nenhuma dúvida!
Centro
de Informações Turísticas: localizado na Praça da Independência,
embaixo das arcadas. Lá eles dão mapas com sugestão de roteiros a serem feitos
à pé.
Palácio
Presidencial de Carondelet: para visitar, é preciso marcar com
antecedência de algumas horas. Ao lado do palácio tem uma guarita com um
policial onde você entrega seu passaporte e eles lhe encaixam na visita
Virgem
de Panecillo: do centro histórico, o valor do táxi é de U$
4.
Teleférico:
fomos cedo (abre às 9h) e pagamos U$ 5 pelo taxi até o local da plataforma, que
já fica a mais de 3100 mil metros. O valor do ticket para subir é de U$ 8,50. Vá bem agasalhado. A 4000 metros de altitude, o vento é frio!
Para
voltar, você tem a opção de pegar um taxi (os taxistas já ficam esperando os
clientes) ou caminhar até a entrada do parque de diversões que fica ao lado.
Bem em frente ao parque, tem uma parada do ônibus do próprio parque que lhe
deixa, gratuitamente, até embaixo, de onde você pode pegar ônibus de volta ao
centro ou mesmo outro taxi mais barato.
Cidade
Metade do Mundo: situa-se na província de Pichincha, a 30km
de Quito. Existem ônibus de linha, mas como os taxistas insistiram e foram
baixando o preço (de U$ 20, chegaram a 12/15), fomos e voltamos de taxi.
No
local, existem 2 tipos de entrada, uma que dá direito a entrar num museu e
andar de trenzinho (U$ 7,5) e a simples (U$ 3,5), com acesso somente ao
monumento e às lojas de artesanato e restaurantes.
Recomendo
o restaurante Inty Raymi, onde almoçamos um prato típico variado que
estava uma delícia (U$9 prato para dois).
Otavalo: a
feira acontece outros dias da semana, mas é o sábado o dia mais movimentado.
Fomos
de excursão com a agência Expediciones Centro del Mundo . Com um bom
preço, gostei da agência (tanto que depois fiz o passeio para o Cotopaxi com
ela). Porém, houve uma coisa chata. Não havíamos entendido que o almoço estava
incluído no preço. Perguntamos ao guia o valor (U$ 5 por pessoa) e lhe
repassamos nossa parte. Ele calado tava, calado ficou. Só depois fui descobrir
que fazia parte do pacote.
A
excursão (que inclui Otavalo e a Reserva de Cotacachi) saiu de Quito às 7:30h e retornou às 18 horas. Valor:
U$ 45 por pessoa.
Na
feira, se for comprar, a ordem é negociar os preços. Bolsas “caíram” de U$ 15 para U$ 8).
Já em
Cotacachi, comprei cinto por U$ 10 e uma bolsa toda em couro por U$ 33.
La
Mariscal: todo o artesanato que vi nas outras cidades, incluindo
o chapéu panamá, encontrei no Mercado Artesanal La Mariscal. Também é preciso
pechinchar (camiseta de malha de Quito: U$ 6; chapéu Panamá U$ 14; camisas de
alpaca U$ 15).
Estando
no bairro, aproveite para almoçar ou jantar no restaurante típico Achiote. Excelente
opção gastronômica.
Mais fotos:
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A Virgem do Panecillo vista do restaurante do hotel |
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Plaza de Santo Domingo (vista da janela do hotel) |
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Igreja de Santo Domingo |
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Plaza de Santo Domingo à noite |
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E pela manhã.... |
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Corredores treinando no domingo |
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La Virgem |
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Igreja de Santo Domingo |
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Fachada da Igreja de São Francisco |
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Igreja de São Francsico |
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Amendoins e milhos torrados |
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Rua do centro histórico com a Virgem ao fundo |
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Rua La Ronda |
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La Ronda |
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Coco |
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Cantores na Praça da Independência |
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Praça da Independência |
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Manifestação de taxistas em frente ao Palácio Presidencial |
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Teleférico |
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Algo comum no Equador: papel higiênico do lado de fora dos banheiros |
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Subindo no teleférico |
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A 4mil metros, oxigênio à venda |
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Lojinhas no topo do teleférico |
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No topo |
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Ainda no topo. Daí parte a trilha |
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Voltando... |
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Parada de ônibus em frente ao parque de diversões |
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Linha do Equador - Cidade Metade do Mundo |
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Cidade Metade do Mundo |
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Parque Itchimbia |
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Palácio de Cristal no Parque Itchimbia |
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Turminha em visita ao Palácio Presidencial |
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Centro histórico |
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Fachada da Igreja dos Dominicanos. Toda feita com pedras vulcânicas |
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Ensaio da Orquestra Sinfônica de Quito no interior da igreja |
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Fachada do Palácio Presidencial |
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Praça da Independência vista da sacada do palácio |
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Interior do palácio |
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Praça da Independência |
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Catedral vista do palácio |
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Protesto solitário visto da sacada do palácio |
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Interior do palácio |
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Mural no palácio |
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Barzinhos ao lado da Praça da Independência |
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Basílica do Voto Nacional |
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Pelas ruas... |
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"Alfinim" com recheio de amendoim |
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Milhos torrados |
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Igreja dos Dominicanos enfeitada com as cores da bandeira francesa |
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Interior da igreja à espera da orquestra |
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Noite começando na rua La Ronda |
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No caminho para Otavalo |
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Indígenas na feira de Otavalo |
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Milho |
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'Hornado" |
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Feira de Otavalo e seus indígenas |
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Na trilha |
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Lagoa Cuicocha |
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Entrada do almoço em Cotacachi: sopa com pipoca |
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Cotacahi e as ruas com lojas com artigos de couro |
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De volta a La Ronda |
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Teatro Sucre em Quito |
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Mercado artesanal de La Mariscal, em Quito |
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Ruas de La Mariscal |
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Praça Foch, em La Mariscal |
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Uma das salas no aeroporto de Quito |
2 comentários:
Maravilha de texto, fotos e vídeos! Me deu vontade de voltar...
Fiquei querendo conhecer Quito, com seu maravilhoso relato.
Telma
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