sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Cidade do Panamá - novembro 2016



Muitos acham que o Panamá se resume ao Canal do Panamá e por essa razão descartam a ida ao país, ou, no máximo, colocam um pit stop de poucas horas.
Isso não é verdade, mas, mesmo que fosse, já seria razão suficiente para uma visita, não de horas, mas de um dia inteiro na Cidade do Panamá. No mínimo.

No meu caso, como o voo para Cuba fazia uma parada no pequeno país da América Central, resolvi procurar uma corrida por lá e isso ser somente uma desculpa para descer, correr e conhecer uma das maiores obras de engenharia do mundo moderno.
Tudo conspirou a favor. Encontrei a prova e, ao pesquisar sobre o local, descobri que não somente a capital do país, mas outras cidades tinham seus encantos. Como eu só teria tempo para a capital, contentei-me em fazer um city tour e, claro conhecer o canal.
A cidade, uma das mais antigas da América (fundada em 1519),  impressiona pela quantidade de arranha céus ultra modernos, grandes avenidas, uma via costeira lindíssima e bem cuidada. Não à toa é conhecida como a "Dubai Latina". 

Os prédios modernos impressionam na"Dubai Latina"

Junte-se a essa parte moderna e futurista, um centro histórico pequeno mas muito bonito, chamado de Casco Antigo, que está sendo revitalizado de olho nos turistas que começam a descobrir os encantos panamenhos.
Para ver isso tudo em um dia, a melhor opção sem dúvida é o ônibus turístico vermelhinho, City Sightseeing.
Com paradas nas principais atrações, escolhemos descer somente no Canal e no Casco Antigo. 

As outras atrações, como o Amador Causeway, uma avenida de 7km, feita com a areia retirada das escavações do canal e que liga o continente às ilhas da baía, merecem uma visita por quem tem tempo suficiente, mas para quem não tem, como nós, dá pra ter uma visão geral dentro do ônibus mesmo. Foi o jeito....

Nossa primeira parada foi no Canal. Visitamos o museu em seu interior, que é bem legal, com explicações sobre o funcionamento e a história da construção e, quando estávamos esperando a passagem de um navio, ouvi o locutor informar que o próximo só passaria bem mais tarde. Fiz as contas e constatei que dava para pegar o próximo ônibus, descer no centro histórico, passear um pouco e voltar no outro ônibus a tempo de ver o navio passar. Tudo cronometrado, mas já que eu estava lá, não iria perder o maior espetáculo....

Fomos e descemos então no Casco Antigo, como o nome diz, a parte antiga da cidade, onde o ideal é gastar o sapato caminhando entre suas ruelas, tomar uma "Balboa" nos inúmeros bares, ver as lojas de souvenirs. O local é pequenino, mas tem o Palácio Presidencial, as casas avarandadas que lembraram em muito Cartagena e vários bares e restaurantes, além de inúmeras lojas com o famoso chapéu do Panamá que, por sinal, não é do Panamá coisa nenhuma, e sim do Equador. É conhecido por esse nome porque em uma visita à construção do canal, o presidente norte americano Roosevelt resolveu usá-lo, assim como faziam os trabalhadores do local, para se protegerem do forte sol e desse fato veio a fama e o nome.


Ruas do Casco Antigo
Ali pertinho também fica o mercado de peixes, que estava no meu roteiro, mas começou a chover e não foi possível visitá-lo pois já era a hora de voltar pra atração principal: o Canal do Panamá.

A França, em 1802, foi o primeiro país que tentou a difícil construção do canal, cujo objetivo era simples: diminuir o tempo de navegação dos navios que passariam do Oceano Atlântico ao Pacífico, por uma extensão de quase 80km através do istmo do Panamá. Se o objetivo era simples, as dificuldades, como a alta taxa de mortalidade dos trabalhadores (causada por doenças tropicais como malária e febre amarela) e problemas de engenharia, fizeram a França capitular e desistir, quando em 1904 os Estados Unidos assumiram a empreitada, concluindo a obra em 1914 e controlando tudo até 1999 quando finalmente o Panamá assumiu definitivamente.

Chegamos na Eclusa de Miraflores (que fica do lado do Pacífico) exatamente na hora que um grande navio de cargas estava se aproximando. Enquanto os rebocadores iam buscá-lo e ajeitá-lo para que passasse certinho pelo canal, outros dois navios se aproximaram, entre eles um cruzeiro de passageiros.

Os rebocadores guiando o navio de carga
E aí começou o espetáculo e eu entendi o porque do canal ser considerado uma maravilha da engenharia.
É impressionante como tudo funciona! A precisão como navios enormes entram naquele aparentemente pequeno canal. Como eles enchem de água as eclusas, depois secam novamente, elevando e baixando aqueles navios monstruosos. É um grande espetáculo que eu não imaginei que fosse me impressionar e me deixar tão maravilhada! E ainda foi divertido porque na passagem do cruzeiro, muitos passageiros foram para as suas varandas acenar para nós que estávamos nas arquibancadas em terra firme. Muitos com bandeiras de seus países, dançando, brincando, enquanto o locutor da eclusa fazia brincadeiras e orquestrava gritos e palmas.

Vídeo do momento da passagem dos navios pelo canal: 
https://www.youtube.com/watch?v=6ovRr53JFTc&feature=youtu.be  



Valeu cada minuto, valeu ter voltado para aguardar a passagem do navio e valeu demais, demais mesmo, ter conhecido um pouquinho do  Panamá.


Observando um navio de passageiros passar pelo canal


Dicas para quem vai:

Hotel: a cidade tem inúmeros hotéis e se você quer aproveitar a chance para se hospedar em um muito bom, com preços bem inferiores aos do Brasil, essa é a oportunidade. Com SPA, com cassino, suítes luxuosas. A variedade é grande. Pela proximidade da largada da corrida, ficamos no  Double Tree By Hilton .  Hotel excelente.

Taxis: foi um dos locais com táxis mais caros em que já estive. Eles não usam taxímetro, então a dica é negociar BASTANTE o preço antes de embarcar. Do contrário, você pode cair numa furada.

Compras: não fui aos shoppings mas li que a Cidade do Panamá é local excelente para compras, com preços muitos bons, somente superiores aos de Miami. E quem dispor de um dia livre e quiser dedicá-lo às compras, existe a zona de livre comércio na cidade de Colón (80km da Cidade do Panamá).

Moeda: a moeda utilizada no Panamá é chamada Balboa, mas raramente é vista, pois utiliza-se mesmo é o dólar americano, portanto, você não precisa trocar seus dólares ao chegar. 



Fotos:
Do avião, a visão dos navios à espera de sua hora para atravessar o canal





Biomuseu localizado no Causeway

Calçadão do Causeway




Ao longe, os prédios modernos



O Casco Antigo




Rua do Casco Antigo


Balboa, a cerveja local


Casco Antigo







Experimentando chapéus








Treino no calçadão



Eclusa de Miraflores




O canal


O museu com a história da construção


e a explicação de como acontece a travessia









O navio se aproxima


Os pequenos rebocadores vão guiá-lo








As comportas se abrem






Um cruzeiro de passageiros de aproxima


Um comentário:

Wilkie disse...

Maravilha! Td é gigantesco! No centro do centro das Américas, passagem obrigatória para quase todas as riquezas do planeta, o Canal do Panamá é uma das maiores obras de engenharia da história.