Vale do Todra |
Saindo do deserto, de volta à estrada, as
cidadezinhas amareladas de adobe iam sucedendo-se umas após as outras, com suas
ruas empoeiradas e casas simples.
Em uma delas chamou-me atenção o fato de todas as mulheres que vi nas ruas estarem totalmente cobertas de preto, com aqueles vestidões e véus. Algumas com o Hijab, o traje que cobre tudo, com exceção dos olhos. O guia nos disse que era a tradição do local.
Em uma delas chamou-me atenção o fato de todas as mulheres que vi nas ruas estarem totalmente cobertas de preto, com aqueles vestidões e véus. Algumas com o Hijab, o traje que cobre tudo, com exceção dos olhos. O guia nos disse que era a tradição do local.
Nossa primeira parada foi em Risanni, antiga
capital dos sultões Alaouites, dinastia que até hoje reina no Marrocos, um
oásis pertinho do deserto e conhecido por suas tâmaras. Risanni fazia parte da
“rota do sal”, rota de comércio que ligava o norte e o sul do Saara e em razão
disso foi muito próspera.
Na cidade tem um mercado famoso que somente
depois soube da existência e lamentei o fato de não o ter visitado. Fica a dica
para quem for e gostar de mercados (como eu).
Levadas por um guia local, visitamos a mesquita
onde está o mausoléu do rei Moulay Ali Cherif, exatamente o fundador da
dinastia Alaouite. Claro que, por não sermos muçulmanas, não pudemos adentrar o
mausoléu, contentando-nos com o pátio interno da mesquita.
Porém, o mais interessante foi a ligeira
caminhada pelo Kasbah, residência típica do povo do deserto, os berberes.
Cercados por muros altos, os kasbahs eram
feitos para proteger seus moradores de ataques, bem como de tempestades de
areias. Têm ruazinhas estreitas e casas feitas de adobe.
De acordo com o guia, no kasbah que visitamos
vivem 65 famílias.
Uma das portas de entrada na Kasbah de Risani |
Depois de uma passada em lojas de venda de
peças de prata e tapetes, seguimos pela estrada e uma breve parada em antigos
poços subterrâneos, ligados uns aos outros por túneis para minorar os efeitos
da escassez de água no deserto. Atualmente eles estão secos e funcionam somente
para visitação turística.
Depois de tantas novidades e descobertas,
chegamos ao ponto alto do passeio daquele dia: as Gargantas do Todra, formações
rochosas com penhascos que chegam a atingir 300 metros e impressionam pela
extrema beleza.
Um riozinho passa por entre
o desfiladeiro, enquanto turistas fotografam, compram
lembranças nas tendas de souvenirs e os mais corajosos aproveitam para fazer
rapel.
O dia puxado continuou por mais
aproximadamente 200km quando finalmente chegamos em Ouarzazate, cidade grande,
mas que não conhecemos pois nos serviu apenas de pouso para dormida em um
excelente hotel, que por sinal, foi muito bem vindo depois de um dia tão
cansativo. Bom jantar, uma cevejinha e boa dormida 😊😊
O dia seguinte foi nosso último dia em terras
marroquinas e eu digo sem receio que esse último dia foi fechado magistralmente
com mais uma atração de tirar o fôlego.
Antes, breve passada nos estúdios de cinema
de Ouarzazate. Sim, a cidade é conhecida como a “Hollywood do Marrocos”. Os
estúdios são abertos à visitação turística mas não me interessei pelo tour e enquanto a
Cris entrou para conhecer ligeiramente, eu preferi ficar descansando no carro.
Após a excursão cinematográfica da Cris, o
Ksar (cidade fortificada) Ait bem Haddou nos esperava praticamente ainda vazio
de turistas no começo daquela manhã.
Esse Ksar ficava na “rota do sal”, no meio do
intenso fluxo comercial de caravanas na região, entre o Saara e Marakeche, bem
localizado sobre uma colina, estrategicamente para prevenir ataques.
Após a ponte, as casinhas em sdobe do antigo ksar se confundem com a montanha e, no topo, a construção mais alta se destaca |
Hoje, o complexo é explorado turisticamente.
Suas casas de adobe não são mais
residências e abrigam diversas lojinhas de artesanatos e souvenirs, além de
servirem de cenário para diversos filmes de época, alguns famosos como Lawrense
da Arábia, A Múmia, Gladiador e diversos outros.
Todo aquele pequeno mundo marrom, ruazinhas
labirínticas e, do alto, a visão do vale, impressiona pela beleza. Mais um
lugar de encher o coração, os olhos, a alma.
Logo abaixo, o ksar antigo. Mais afastada, a cidade atual |
Infelizmente, hora de terminar nossa incrível aventura pelo Marrocos. Para isso, teríamos que voltar a Marrakech, de onde pegaríamos nosso avião para Madri e, para não deixar de nos impressionar sequer um segundo, a estrada por si só é mais uma bela atração.
Através da Cordilheira do Atlas, um zig zag
constante que pede um “dramim” (até para quem não costuma enjoar, como eu),
compensado pela parada no ponto alto, para observarmos a “serpente” que
tínhamos vencido.
Marrocos, foi uma experiência incrível,
inesquecível!
Hotel em Ouarzazate : Dar Chamaa – Muito bom
hotel em relação aos apartamentos e serviço. Ah! E serve bebida alcoólica!
hahaha
Veja também sobre o Marrocos:
Essaouira e El Jadida. Duas cidades marroquinas na rota portuguesa para o Brasil
Fez, a capital cultural do Marrocos
Ida ao Deserto do Saara ( Ifrane, Vale do Ziz, Erfoud, Merzouga)
4a Semi Marathon International D'el JadidaFez, a capital cultural do Marrocos
Ida ao Deserto do Saara ( Ifrane, Vale do Ziz, Erfoud, Merzouga)
Vídeos:
Vale do Todra: https://www.youtube.com/watch?v=IPKHMlFeJuI
Garganta do Todra: https://www.youtube.com/watch?v=BY7O-hdpSTM
Mais fotos:
Porta trabalhada em madeira da Mesquita de Risanni |
Tamareiras. A cara do Marrocos |
Loja de objetos de prata |
e tapetes |
Mercado de animais em Risanni |
Por dentro dos poços subterrâneos |
Os poços subterrâneos do deserto |
Ruas das cidades pela estrada |
Vale do Todra |
Gargantas do Todra |
Foto:Cris |
Cidades pela estrada |
Ourzazate |
Hotel em Ourzazate |
Um dos estúdios de cinema em Ourzazate |
Entrada para o Ksar Ait Ben Haddou |
Ruazinhas de adobe e as lojas com artesanato |
Os filmes realizados no local |
A estrada de Ourzazate para Marrakech |
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