4a Semi Marathon International D'el Jadida (16/4/2017)

Foto : organização da prova

Minha primeira prova em continente africano, a 4ª. Semi Marathon International El Jadida foi a responsável por me levar ao Marrocos.

Como eu a achei? Fuçando, fuçando, fuçando bastaaante a internet e, depois de uma certa dificuldade para ter certeza de que ela de fato aconteceria, finalmente conseguimos contato com um dos organizadores que foi extremamente gentil com as duas corredoras que chegariam de tão longe para participar de uma corrida que ainda está se firmando e que tem como principal público os corredores da região, principalmente os de Casablanca.

A entrega do kit em El Jadida foi ao lado do Hotel Ibis, que por sinal era também o local de largada/chegada da corrida.

Uma pequena área ao ar livre e muitas pessoas se inscrevendo na hora.

Ao chegarmos, a Cris reconheceu o organizador com o qual tínhamos feito nossa inscrição pela internet, que nos recebeu muitíssimo bem e ainda por cima não aceitou que pagássemos o valor da inscrição (100 dirans + ou – R$ 40,00).

Ser umas das poucas estrangeiras participantes teve suas vantagens...

😄

Pra quem pensou que teria pouca gente e pouco movimento, a muvuca no local de largada, característica em corridas de rua, me surpreendeu. Som alto, conversas, aquecimento puxado pela organização, banda de música, locutor, tudo nos conformes como em todo lugar do mundo. Corredor é corredor. E os mil que estavam ali (a grande maioria para o percurso de 10km) não eram diferente.

Animação com banda típica

A diferença foi que a grandessíssima maioria dos participantes era do sexo masculino e muitas das mulheres que ali estavam usavam véus e panos sobre a roupa de correr (nem todas, como eu tinha imaginado). Havia também muitas crianças inscritas.

O clima, 23oC, estava bom e a largada foi pontual. E lá vamos nós pelas ruas de El Jadida...

A organização foi impecável. Ruas totalmente fechadas para os corredores, policiamento, água gelada. Os postos de água estavam a cada 5km (poderia ser a cada 3km...) e mulheres e crianças (aparentemente voluntários) faziam a distribuição com muita simpatia. No km 10, uma mesa com laranjas e bananas cortadas, além de uvas passas e tâmaras secas (que eu não conhecia e peguei na hora para provar. Delícia!)

Posto de água

O percurso passa ao lado da Cidadela Portuguesa, entra por bairros mais afastados e a partir da metade, chega à orla da cidade, dificultando um pouco com o vento contra.

Muitas pessoas ao longo do percurso sentadas em cafés saudavam os corredores. As crianças eram as mais animadas e minha bandeirinha do Brasil foi reconhecida por várias delas, que quando me viam gritavam “Brésil!”. Muito massa! Reconhecimento certamente devido ao futebol.

Crianças acompanhando corredores

O fato insólito foi a Cris ter “se perdido”.

Seguindo um grupo com o número de peito dos 21km, ela não se deu conta no momento em que o percurso se dividiu e dobrou à direita juntamente com o pessoal que ela acreditava estar fazendo a meia maratona. #SQN.

Na verdade eles tinham desistido da meia, optando pelos 10km e ela só foi notar isso já quase chegando ao final. Determinada a completar os 21, voltou, e meu susto foi enorme ao vê-la vindo na direção contrária quando faltavam apenas 5km para minha prova finalizar.

😜😜

Achei que ela tivesse desistido e estava vindo ao meu encontro. Mas não. Ela, olhando para seu GPS, fez o percurso necessário para fechar os 21km. 🏃🏃🏃

Estando em um país africano, terra de feras em corridas, tendo pouquíssimas mulheres nos 21km, meu medo era de ser a última e mesmo me esforçando pra que isso não acontecesse, ao chegar já estava tendo a premiação. Premiação com pompa. Um palanque cheio de autoridades.

Mesmo não entendendo 1 grama do árabe, deu pra ouvir o nome “Bresil” algumas vezes pronunciado pelo locutor da prova. Eu já estava “me sentindo”, quando, depois de mais uma vez mencionar o Brasil, veio uma menininha que, olhando pra minha bandeirinha como que para se certificar, me deu uma rosa. Coisa mais linda! 💗

E assim foi minha prova no Marrocos. Só surpresas boas, finalizando com uma linda medalha que guardarei com muito carinho.