quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Chapada Diamantina - (Bahia- dez/ 2015)

Wikipédia: Em geografia, chapada corresponde a uma área reta (plana) localizada no alto de serras. A Chapada Diamantina está situada no centro da Bahia, onde nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe  e do Rio de Contas. Essas correntes de águas brotam nos cumes e deslizam pelo relevo em belos regatos, despencam em borbulhantes cachoeiras e formam transparentes piscinas naturais.

Com essa descrição da Wikipédia, dá pra imaginar o porquê da Chapada Diamantina estar na lista de desejos de 100% das pessoas que gostam de natureza, sendo um dos destino mais procurados no Brasil.
E ela também estava na minha lista, claro.
A ideia era ir na mesma época de uma corrida, no município de Igatu, mas não deu e, aproveitando o recesso, resolvi ir sem corrida mesmo.

De início, a Chapada é enooorme!
E exatamente por isso, raros são os passeios que não necessitam de carro.

Lençóis é a cidade mais procurada para servir de base para os desbravadores e por isso mesmo é a que tem mais pousadas, restaurante e bares.

Distante 430km de Salvador, Lençóis viveu tempos áureos na fase do diamante. Até que os diamantes foram se esgotando, se esgotando e a cidade entrou em crise, quando finalmente em 1985 foi criado o Parque Nacional da Chapada Diamantina para proteger e preservar toda a área e a partir daí a antiga vila dos diamantes transformou-se num dos 10 destinos turísticos mais procurados do Brasil.





E foi lá que ficamos.
Durante o dia, fica-se em passeios, mas a noite na cidade é muito animada, com vários restaurante e bares que armam mesinhas em ruas estreitas e de paralelepípedos, que ficam lotadas de pessoas numa Torre de Babel perfeita, tantos são os estrangeiros que acorrem pra Chapada! Muitos. Por vezes tinha a impressão de ter mais estrangeiros do que brasileiros.




Como disse, os passeios são muitos. Caminhadas, trilhas, cachoeiras, vales, rios. Só o passeio do Vale do Pati pode ser de 5 dias, nos quais dorme-se em casas de moradores da região.
Escolhi alguns mais perto e com trilha mais leve por causa dos meus filhos.
A época estava de seca. Rios com pouca água mas felizmente, pelo menos nos lugares em que fui, não vi nenhum indício dos incêndios noticiados nos jornais nesse final de 2015 na região.
Apesar de ter escolhido passeios leves, algumas trilhas são feitas sobre pedras, o que dificulta um pouco, e a Chapada acaba sendo um programa para quem está mesmo disposto a encarar o sol, caminhadas, alturas. Nada de moleza!

No nosso primeiro dia, o roteiro escolhido foi ir à localidade de Remanso ( 30 minutos de Lençóis), uma antiga Quilombola, e de lá, seguir de barquinho a remo por um rio, no que eles chamam de pantanal. Com o rio baixo, a vegetação aquática estava tomando praticamente todo o espaço por onde passávamos. O sol estava forte e, depois de 1 hora e meia de remadas, chegamos a uma prainha de areia branca, de onde seguimos em uma caminhada de meia hora até uma antiga fazenda que hoje recebe os turistas com almoço.






Preferindo almoçar na volta, seguimos em mais uma caminhada até a Cachoeira do Roncador, local muito bonito. Dali, depois do banho, volta à fazenda, almoço e novamente mais 1 hora e meia de remada. Passeio bonito, mas quem for fazê-lo, acho bom avaliar direitinho esse tempo todo de ida/volta ...





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No segundo dia começamos o passeio pertinho de Lençóis, pra visitar a cachoeira Garganta do Diabo. A trilha, apesar de curta, é sobre pedras e subindo, pra depois descer. Amarelei de verdade! Cheguei até certo ponto e não tive coragem de descer até o ponto do banho! Tinha até uma tirolesa pra quem preferisse descer, mas nessa é que eu não iria nem amarrada.... Pelo menos deu pra ver o visual, que é muito bonito.




Depois, pegamos um pouco mais de estrada e paramos na Lapa Azul, a segunda maior caverna do Brasil, com 42km de extensão (dá pra fazer uma maratona lá dentro! rsrs). O espaço aberto para visitação compreende somente 800 metros, mas vale muito a pena sim. São formações bonitas, estalactites, estalagmites em salões amplos e escuros, sempre guiados por um guia.




Da gruta, pertinho, seguimos pra Pratinha.
Felizmente já era final de tarde, pois, pela quantidade de gente que ainda estava no local, deu pra perceber que a manhã por lá tinha sido lotada!
A Pratinha é um local de banho, com tirolesa, caiaques, pedalinhos. Tem também uma gruta com águas cristalinas em que se pode entrar mas que eu, por absoluta falta de informação e de indicação no local, só fiquei sabendo da existência depois.




Esse segundo dia era pra terminar com o por do sol no Morro do Pai Inácio, mas estávamos cansados e deixamos pra depois. Acertadíssimo.

O terceiro dia de Chapada foi uma frustração geral!
Acordamos no horário de sempre e partimos pra conhecer dois lugares famosos de lá: o Poço Azul e o Poço Encantado.
Depois de duas horas na estrada, sendo meia hora em terreno de piçarra ruim e esburacado chegamos no Poço Azul e....... Esgotado! Quer dizer, ainda não estava esgotado, pois as últimas pessoas que estavam comprando o ingresso, teriam que esperar 5 horas e meia (!) para poder vestir seu colete, colocar a máscara e mergulhar por 20 minutos na água cristalina do poço e ver seus peixinhos. Eram 11:30 e ficar todo esse tempo esperando em um restaurante, não ia rolar. Nem mesmo foi possível vermos o tal do poço, pois somente quem comprava o ingresso era autorizado a entrar, obedecendo a ordem das turmas formadas de 12 pessoas a cada meia hora.
Ainda tentei um encaixe pelo menos para as crianças, mas nada feito!
Com essa, nos disseram que nem adiantava ir pro Poço Encantado, perto de lá, que estava na mesma situação.
Se eu soubesse que tinha essa capacidade máxima diária de pessoas, teria chegado cedo. Mais uma vez, total falta de informação.... Como nós, muitas pessoas, grupos e grupos foram chegando e dando meia volta.

Restou-nos encaixar o tal por do sol no Morro do Pai Inácio e foi ele que salvou meu dia!




Cartão postal da Chapada, o Morro do Pai Inácio fica a uma altitude de 1120 metros e de lá se tem uma vista magnífica da região! Lindo, lindo!
Mas pra chegar lá em cima, lá vai mais uma trilha de 25 minutos por sobre pedras e dessa vez sempre pra cima. Pra quem tem medo de altura..... 
Com muito cuidado, subi direitinho e valeu a pena demais!
Mas doido é quem fica lá esperando o por do sol! Descer pelo mesmo caminho sem luz? Nem a pau Juvenal. Rsrsrs A boa notícia é que não  precisa do por do sol pra valer a pena.







Dia seguinte, com viagem de volta já planejada pra Salvador, saímos cedo pra um passeio em Lençóis mesmo e que eu achei muito bacana. Começa que a trilha é no chão mesmo, plana e sem pedras. Maravilha! Rsrsr
Como saímos cedo, havia pouquíssimas pessoas e a Ana pode curtir a vontade o banho e o tobogã natural de pedras pra descer. Ao sairmos, o local já estava ficando lotado (coisa péssima pra quem viaja em alta estação!).





A volta pra Salvador foi antecipada e deu pra apresentar aos meninos um pouco da cidade, comer um acarajé, rever tios e primos na casa dos quais ficamos hospedados e aproveito para agradecer mais uma vez a hospitalidade.

Da Chapada, ficou muita coisa pendente. A Cachoeira do Buracão é uma delas. Mas para esse passeio seria preciso dormir em cidades mais próximas do atrativo ou partir muito cedo numa viagem bate/volta cansativa de um dia que sei muito bem que iria ouvir muita “chiadeira”.
Quem sabe eu volte....


Dicas pra quem vai:

Como chegar: saindo de Salvador, pega a 324 em direção a Feira de Santana de onde se segue pela BR 116 em direção ao Rio de Janeiro/Vitória da Conquista, continuando até Paraguassu. Em Paraguassu, pegar a BR 242 em direção a Itaberaba onde, 140km depois, vira-se à esquerda na placa indicativa de Lençóis.
Pode-se ir por Ipirá também, mas a BR está duplicada, muito boa.


Dica de almoço na estrada: Posto Santa Helena em Itaberada . Self service bom.

Hotel: inúmeros e todos ficam ao redor do centro de Lençóis, então é só escolher.

Carro: em Lençóis tem aeroporto. Mesmo pra quem chega de avião, é interessante ter um carro pra ir aos passeios. Do contrário, existem agências que levam os turistas. É só procurar pelo centro ou perguntar no hotel.

Guia: eu não contratei guia, mas se você for por conta própria, essa é uma boa opção. Vai evitar quebrar cabeça nas trilhas e nas estradas. Na cidade eles têm uma associação, inclusive conhecemos um grupo de cearenses que estava com um, o Eugênio com o qual fizeram um pacote de vários dias e para quem eram só elogios. Conversei bastante com o Eugênio e peguei o telefone dele pra quem sabe eu volte lá. Eugênio: 75. 998.045490

Passeios feitos:

Remanso: passeio de um dia inteiro. Na comunidade quilombola, logo quando chegamos, já nos ofereceram o barco. Saiu R$ 50,00 por pessoa e fecharam por R$ 200,00 o barco conosco. O almoço é cobrado por cabeça (R$ 20,00). O local é bonito mas o passeio, como já disse, cansativo, com tanto tempo em barco. Leve protetor solar, chapéu.

Garganta do Diabo: passeio grátis (como??!). Tênis ou chinelos presos ao pé são bem vindos pra maior segurança sobre as pedras.

Lapa Doce: R$ 20,00 por pessoa. É obrigatório o uso de sapato fechado. Se você não tiver, eles alugam umas botas por R$ 5,00 o par.

Pratinha: mais R$ 20,00 por pessoa pra entrar (caiaque, tiroleza e pedalinhos por fora). E não esqueça de procurar a gruta!

Poço Azul e Poço Encantado: primeiro de tudo, se for em alta estação, chegue lá cedo (no máximo 9 horas) do contrário rodará 2 horas em vão... A taxa de entrada no Poço Azul é R$ 20,00

Morro do Pai Inácio: mais uma vez usar calçados seguros e encarar a trilha subindo. Taxa de entrada de R$ 5,00, o local fica  com acesso aberto até as 17 horas. Lembre-se que são uns 25 minutos subindo e 25 minutos descendo, fora o tempo que se fica lá em cima.

Ribeirão do Meio: em Lençóis mesmo, chega-se de carro até determinado ponto, de onde se segue por uma trilha deliciosamente fácil e plana por uns 45 minutos. Local pra banho e de graça!


Mais fotos:
















































2 comentários:

Anônimo disse...

Massa o blog, Lia.
Demorou mas chegou.
Gostei do "nem a pau Juvenal". hahah
Marcelo

Leila disse...

Muito bom, Lia! Vocês aproveitaram bastante, mas como você mesma diz a Chapada é imensa. Quando voltar não deixe de ir à Cachoeira do Buracão. É indescritível.