Quando eu falei que iria
passar uns dias em Alter do Chão, não lembro de ninguém que não tenha feito
aquela cara de “Como??? Onde???”.
Esse distrito da cidade
paraense de Santarém, situado às margens do Rio Tapajós e com uma população de
menos de 5 mil habitantes é desconhecido por muita gente, inclusive por mim.
Quer dizer.... Era, até eu
ter sido apresentada, por fotos, através
de meu irmão e, desde então tê-lo colocado na minha listinha de sonhos a serem
realizados.
E finalmente chegou o dia,
juntamente com minha ida a Belém .
A ideia inicial era, como
fez meu irmão, pegar um daqueles barcos que cruzam os rios da região amazônica,
fazendo o percurso Belém/Santarém em uma viagem de dois dias e uma noite,
dormindo nas redes, mas com a adesão de crianças à essa viagem, o mais fácil e
racional era ir de avião mesmo.
O aeroporto de Santarém fica
a 38km do “Caribe Brasileiro”.
Sim, Alter do Chão é
conhecido assim e, segundo o jornal inglês The Guardian, é a mais bonita praia de água doce do mundo.
Concordo com o jornal.
Não conheço o Caribe (quer
dizer.... Conheço Cartagena das Índias mas sua praia, apesar de ser no Caribe,
não tem a beleza das praias caribenhas vistas em fotos) mas conheço muitas
outras praias lindas e confesso que fiquei apaixonada por Alter.
A cidade é pequenininha,
simples. Existem muitas pousadas, mas nenhum grande hotel e a oferta de
restaurantes não é grande.
Felizmente estivemos lá no
meio da semana e o movimento de turistas era muito pouco, portanto, tivemos as
praias tranquilas e algumas praticamente somente para nós.
Na verdade, o que me pareceu
é que Alter é um daqueles locais que ainda será descoberto. Ainda bem que fui
antes dessa descoberta!
A praia principal, em frente
à vila, estava seca. Isso, na minha opinião, a faz mais bonita ainda, pois
forma um banco de areia visível que na época de rio cheio não dá pra ver. É a
Ilha do Amor que, estando na seca, dá pra acessar à pé, dispensando os
“catraeiros” com suas indispensáveis canoas na época de cheia.
Alugar uma lancha e fazer os
passeios pelas praias próximas é obrigatório.
As mais visitadas são a de
Pindobal e Ponta de Pedra.
Uma pra um lado, a outra pro
outro, geralmente são feitas em dois dias mas contratamos o Beto para irmos nas
duas no mesmo dia.
Em Pindobal, nada mais
existe além de barraquinhas à beira do rio, abastecidas por barracas grandes de
onde saem bolinhos de piracuí (feitos com farinha de peixe), peixes locais e
outras delícias.
Pindobal |
O sol estava forte e ficamos
um bom tempo ali, curtindo as águas mornas e tranquilas do Tapajós,
praticamente sozinhos, fora alguns botos que passaram para nos saudar e
peixinhos que nos rodearam.
A areia é branquinha e fina
como a de nossas praias do Ceará e dá pra vê-la se estendendo por quilômetros e
quilômetros de praias inabitadas.
Depois de um inesquecível
tambaqui na brasa, seguimos para a outra praia, a Ponta de Pedras que tem uma
infraestrutura menor e, já na volta para Alter, a ordem é parar para ver o por
do sol na Ponta do Cururu pois é de lá o melhor local para apreciá-lo e, de
quebra, ver mais botos.
Aguardando o por do sol na Ponta do Cururu |
O sol desceu lindo, uma bola
enorme alaranjada, mas infelizmente, no final, escondeu-se por detrás de
nuvens.
Já os botos, apareceram
pulando perto da gente. Não muitos, mas deu para curtir com as crianças.
Eu realmente amei Alter e,
mesmo com toda a expectativa de conhecer o local, não me decepcionei em nada.
Muito pelo contrário.
Acordar cedinho (nem tão
cedo assim, pois o sol por lá nasce depois das 6h da manhã) e sair pra treinar,
encontrando a cidade ainda dormindo, correndo pela beira do rio, apreciando o
sol nascendo, só eu e aquela natureza toda, foi uma experiência que sempre
terei na lembrança.
Um dos dias de treino, curtindo a solidão na beleza de Alter |
Ao final, enquanto esperávamos nosso voo, ainda fizemos um breve passeio por Santarém, pra ver o porto e o encontro do rio Tapajós com o Amazonas.
https://www.youtube.com/watch?v=MLq06ZLSbus&feature=youtu.be
Um dia de treino no silêncio e beleza de Alter do Chão
https://www.youtube.com/watch?v=MLq06ZLSbus&feature=youtu.be
Um dia de treino no silêncio e beleza de Alter do Chão
Dicas para quem vai:
Hotel: ficamos na Pousada
Coração Verde. Local simples, limpo, bem cuidado, a poucos metros da praia
principal e que vale principalmente pela gentileza e atenção do César,
proprietário.
Saindo do aeroporto: Alter
fica a 38km do aeroporto de Santarém e existem ônibus de linha, bem como táxi, que
foi o que escolhemos e pelo qual pagamos R$ 100,00 pela viagem.
Passeios:
Praia de Pindobal, Ponta de
Pedras e Ponta do Cururu, como já falei, podem ser vistas em um mesmo dia.
Contrate uma das lanchas de pessoas da associação, que ficam no calçadão
principal. Fomos com o Beto e foi tudo perfeito. O passeio de dia todo, lancha
somente para nós, custou R$ 350,00.
Floresta Nacional do Tapajós
- passeio de um dia inteiro.
Infelizmente, devido à seca, não nos recomendaram de ir, pois os igarapés
estavam secos.
Morro da Piraoca (ou Piroca)
– é só atravessar pra Ilha do Amor e fazer uma trilha pra se chegar ao mirante
e ter uma bela vista de Alter. Não. Não deixamos de ir por causa do nome
hehehe. Foi por causa das crianças, apesar de terem nos dito que a trilha era
leve....
Compras: além de lojinhas de
artesanato locais, vá na loja Araribá. Muitos artigos produzidos pelas
comunidades indígenas e ribeirinhas.
Época para ir: evite a época
de chuvas (janeiro a junho) e, acima de tudo evite o fim de semana, quando a
vila fica agitada com as pessoas de cidades vizinhas que chegam em busca das
praias, perdendo a calma e a tranquilidade.
Mais fotos (minhas e da Marília):
Barraquinhas na praia principal da vila |
Nossa pousada |
Loja Araribá |
"Do outro lado", olhando pra vila |
Atravessando sem a necessidade de barco |
Hora do almoço. Tucunaré |
Noite em Alter |
Dia de treino |
Com o nascer do sol |
E tudo deserto só pra mim.... |
Lancha para o passeio |
Parada para curtir uma prainha deserta |
Chegando a Pindobal |
Devoradoras de manga |
Um intruso |
Tambaqui |
Ponta de Pedra |
Ponta do Cururu |
Estacionamento de lanchas à espera do por do sol |
Com meu botinho |
Pará |
Porto de Santarém |
Santarém |
Mercado de peixes em Santarém |
Encontro do Tapajós (o negro) com o Amazonas |
4 comentários:
Que lindo minha amiga Lia Campos! Parabéns ! Você sabe viver a vida! Nosso País é mesmo fantástico !
José Amâncio
Lindas fotos! Me deu uma grande saudade! Quero voltar lá, um dia!
Lia Campos,
Lindíssimo local!!! Coberto com toda a magnitude de uma GRANDE PARAÍSO.
Parabéns pelo documentário.
Tem que participar de uma corrida aqui! 😊
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