Com população de pouco mais
de 7 milhões de habitantes e entre 8 e 9 milhões (se contar com sua região
metropolitana), Bogotá é uma das cidades
mais povoadas da América do Sul, enquanto que sua altitude de 2640m acima do
nível do mar a coloca na posição de 3ª. capital mais alta do mundo (perdendo
para La Paz e Quito). Em razão dessa altitude, a cidade possui um clima sempre
agradável, com temperatura média em torno de 14oC.
Do Cerro de Monserrate, a vista da imensa Bogotá abaixo |
Com uma população grande
assim, a cidade é vibrante. Um vai e vem constante com ruas apressadas de
grandes metrópoles e avenidas engarrafadas.
Pra minorar isso, Bogotá é
conhecida por seu plano cicloviário com quase 400km de “ciclorutas” e o
transporte público de lá, o Transmilênio com seus ônibus biarticulados é
eficiente, rápido mas muito lotado.
Em horário de pico andar no
Transmilênio é com certeza a sensação de sardinha em lata. Praticamente
impossível. E mesmo em horário que não seja de rush, certas linhas são sempre
lotadas. Fala-se na implantação de um metrô de superfície para desafogar o
Transmilênio. Apesar disso, o sistema é muito eficiente.
Mesmo sendo localizada nos Andes, o lado pulsante e
movimentado da cidade não me atraiu muito.
Dos parques, eu só fui ao
Simon Bolívar, de onde saiu/chegou a meia maratona e não pude aproveitá-lo, mas
percebi que estava lotado pelos bogotanos no domingo pela manhã, com crianças
brincando e pessoas passeando e fazendo esportes. É um complexo bem grande e
vale uma visita com mais calma.
O centro da capital é um
local com muitas atrações.
A Plaza Bolívar é o coração
da cidade, com a Catedral de Bogotá, o Palácio da Justiça e o Capitólio
(Congresso Colombiano) todas bonitas construções. Pertinho fica o Palácio
Presidencial (Casa de Nariño), mas não tivemos acesso porque nesse dia estava
interditado.
Plaza Bolívar e a Catedral |
Dessa praça central, dá pra
seguir caminhando e ir até o Museu Botero, que possui não somente as obras do
famoso pintor/escultor dos gordinhos, mas também pinturas de artistas famosos
como Renoir, Picasso, Miró.
A Monalisa de Botero |
Depois, mais caminhada e
chega-se ao Centro Cultural Gabriel Garcia Marques, um local de exposições
temporárias, como pintura e fotografias. Nos arredores desse Centro, as ruas da
cidade são estreitinhas, com casas avarandadas, lembrando a arquitetura de
Cartagena. É a parte mais antiga de Bogotá e caminhando entre essas ruas,
chega-se ao local de onde a cidade surgiu, em 1538, a Plaza Chorro de Quevedo,
com ruas mais estreitas ainda, muros grafitados, muitos hostels e um movimento
grande de jovens. Na pequena praça , artistas populares de apresentam e quando
lá estive, era um “contador de histórias”. Claro que não entendi nada, mas as
pessoas, sentadas no chão, me pareceram bem interessadas.
A atenção à história na Plaza Chorro de Quevedo |
É na região central que fica
também uma das principais atrações de Bogotá: o Museo del Oro.
Um dos maiores museus de
ouro do mundo, riquíssimo, com peças da época pré-colombiana, o museu conta
toda a história do país. Muito didático com peças bem distribuídas em 3
pavimentos.
Uma das salas do Museu do Ouro |
Outro grande atrativo de
Bogotá é o Cerro de Montserrate onde, através de funiculares ou teleférico, a
gente fica ainda mais alto, atingindo a altitude de 3150m e tem uma vista
deslumbrante da capital colombiana esparramada embaixo. Além da vista, tem uma
feirinha de artesanato, o santuário, lanchonete e restaurante. Lá, foi o único
momento que eu senti um pouco de tontura devido à altitude. Mas foi somente na
chegada e logo passou.
Hora de relaxar e apreciar a vista de Bogotá do Cerro de Monserrate |
Foi no último dia em Bogotá
que, procurando um shopping, achei a zona noturna talvez a mais movimentada da
cidade. Ao lado dos shoppings chiques, Andino e El Retiro, as ruas são todas
lotadas de barezinhos e cervejarias. É a chamada “Zona T”, entre as “calles” 83
e 86. Um movimento pulsante em uma sexta-feira à noite.
Shopping Andino. Boas lojas e algumas com bons preços |
Nossa escolha foi o badalado
Andres Carne de Res, um restaurante/bar original, com uma decoração bem
diferente, ambiente legal e comida muito boa. Claro, que com tudo isso, caro! É
uma rede de restaurantes e o mais famoso não é o do shopping, mas nem por isso
menos movimentado e, como não tínhamos feito reserva, só conseguimos mesa
porque chegamos cedo.
O movimento no Andres Carne de Res |
Mas o mais legal que eu
achei não foi nem em Bogotá e sim em uma pequena cidade que se localiza a uns
50km de distância, chamada Zipaquirá e que abriga o que eles chamam de a “1ª.
Maravilha da Colômbia”, a Catedral de Sal.
E é mesmo uma maravilha!
Construída toda em sal,
dentro dos túneis desativados da mina de sal de Zipaquirá, a 180 metros abaixo da superfície, a Catedral é
deslumbrante e me emocionou pela sua beleza e grandeza.
Eu não imaginava que iria
encontrar aquilo ali. Uma Via Crucis com 14 estações, além de uma nave central
com uma cruz toda em sal, de 16 metros de altura, onde até o Papa já celebrou
missa.
Antes, havia uma catedral
feita pelos mineiros mas, por questão de segurança foi fechada e uma nova
construída abaixo da antiga, com projeto
arquitetônico.
Além da Via Crucis, da
cúpula central e da nave principal, existe uma área comercial também dentro dos
túneis, com cafeteria, lojinhas de artesanato e um mini cinema em 3D que conta
a história da Catedral. Impressionante e tudo muito lindo.
Para quem quiser, tem a
opção de um “tour mineiro”, algo que desaconselho totalmente para os que
tiverem fobia de escuro, pois caminhamos por túneis em uma escuridão feroz,
agarrados em cordas e nos ombros uns dos outros .
A pequena cidade de
Zipaquirá por si só é também bonita. Uma cidadezinha com jeito de interior, com
uma bela “Plaza de Armas” e ruas bem típicas. Foi pelas ruas de Zipaquirá que
comi a melhor arepa com queijo da viagem.
A Plaza de Armas de Zipaquirá |
E assim foi minha passagem
por Bogotá. Não tive nenhum incidente e achei a cidade segura. O único local
que nos chamaram a atenção para termos cuidado foi no centro. Como todo centro
de cidade grande, furtos podem acontecer, mas não vi nada disso e o
policiamento lá é intenso, aliás, como em toda a cidade. Policiais e exército
nas ruas em toda esquina, em toda estação de ônibus, em todos os lugares, me
deixaram com a sensação de estar em um local seguro. Além dos policiais, chama
a atenção a quantidade de seguranças particulares de lojas e restaurantes. Não
tem como se sentir inseguro em Bogotá.
Abaixo, seguem dicas mais
detalhadas dos locais visitados para quem se interessar, assim como mais fotos:
Chegando na cidade pelo
aeroporto:
Câmbio: dentro do desembarque tem duas
casas de câmbio. Não troque dinheiro nelas. Logo ao passar pela porta de vidro
do desembarque internacional, do lado direito, tem outra casa de câmbio com
preços melhores. Ainda é “preço de aeroporto”, mas troque alguma coisa lá para
pagar o táxi. O restante eu troquei sempre em shoppings e sempre foi melhor a
conversão com o dólar do que com o real (que não tem em toda casa de câmbio).
Transporte: saindo do desembarque, existem
várias pessoas oferecendo taxis. Não aceite. São caríssimos. Pegue os táxis de
uma fila de táxis normais (é fácil de identificar). O preço será o da
bandeirada normal (que não é cara na Colômbia), acrescida de uma taxa de 4000
pesos (uns 5/6 reais) por ser no aeroporto.
Eu não tive qualquer
problema com taxis em Bogotá. Os motoristas de um modo geral me pareceram
honestos, com exceção de uma única vez que achei que a corrida de ida para um
local foi bem mais cara do que a da volta. Os preços dos taxis lá são cobrados
por uma tabela, que sempre fica à mostra no banco de trás dos carros para que
os passageiros possam vê-la e fazer a conversão.
Mas se você quiser ir de
cara logo testando o Transmilênio, em frente ao desembarque também tem um ponto
e uma pessoa que vende o cartão que você sempre pode recarregar nas estações.
O sistema do Transmilênio é
facílimo de ser usado! Basta você chegar em um dos policiais que sempre estão
pelas estações, ou nos funcionários do próprio sistema e dizer pra onde irá que
eles dirão prontamente qual ônibus pegar, qual conexão fazer, etc. rsrsrs
Sério! Nem tente perder
tempo tentando entender como funciona! Impossível. Vá na base da pergunta mesmo
que eles são todos muitos gentis em explicar.
Catedral de Sal de
Zipaquirá: reserve um dia todo para esse passeio, saindo de manhã e voltando à
tardinha.
Existem tours que lhe levam
lá, mas são muitos caros. Optei pelo ônibus comum mesmo e foi sem problema
algum. Se for de ônibus, pergunte no hotel qual o melhor modo de chegar até o
Portal Del Norte. Pode ser de Transmilênio (como eu fui) ou de taxi. No Portal
Del Norte, procure de onde saem os ônibus intermunicipais para Zipaquirá (que
eles chamam de Zipa). É um ônibus comum, a passagem de 4500 pesos (uns R$ 7,00)
é paga ao trocador e a viagem dura uns 50 minutos. Diga ao trocador para lhe
avisar o melhor local para descer na cidade para ir na Catedral de Sal. Aí é só
ir perguntando e, em uma caminhada pelas ruas de Zipaquirá, passando pela Plaza
de Armas, você chega à Catedral sem problemas. A volta para Bogotá é do mesmo
modo.
Chegando na Catedral existem
vários tipos de ingressos. O básico dá direito à visita ao local e ao cinema
3D. Outros incluem um passeio de trem pela cidade, uma escalada numa parede de
escalada e o tal tour mineiro. Escolhi o que incluía a “ruta del minero”, mas
ratifico: se tem fobia ao escuro ou claustrofobia, não vá.
Restaurantes: além do já
mencionado Andres Carne de Res, comi em outros dois restaurantes excelentes e
que recomendo muito:
Minimal – local pequeno e
agradável, fica no bairro conhecido como Chapinero (não tem placa e é meio
escondido, mas fica ao lado de outro restaurante chamado “Fusionario Tapas”). É
uma cozinha colombiana contemporânea, com pratos individuais, porém bem
servidos. Fui em uma 2ª. feira à noite e tinha pouca gente, mas é melhor fazer
reserva para garantir. http://www.mini-mal.org/
Nossas escolhas no Minimal: peixe e frango |
Los Cauchos – também não tem
placa indicativa. É uma restaurante tradicional que serve comida colombiana
preparada artesanalmente. O dono, D. Gustavo é um senhor super simpático que
explica sobre os pratos (muito bem) servidos na maior gentileza do mundo. Uma
delícia de ambiente e comida! Atenção: não abre nos domingos e feriados e, para
o jantar, somente com reserva. http://www.tripadvisor.es/Restaurant_Review-g294074-d1828494-Reviews-Los_Cauchos-Bogota.html
O restaurante e seu dono, o simpaticíssimo D. Gustavo |
Os famosos "patacons" (bolinhos de banana verde) com abacate e chorizo |
Frijoles (feijão) com porco, banana e abacate . Uma "feijoada" colombiana |
Hotel: já mencionei o que
fiquei quando da Meia Maratona ( http://liaccampos.blogspot.com.br/2015/08/16a-meia-maratona-de-bogota-colombia.html ). Depois da prova segui para La Macarena e ao
voltar fiquei em outra região da cidade, a Zona Norte. É um local bem agradável
para se ficar hospedado e o hotel escolhido foi o Andes Plaza. Um bom hotel e
bem localizado: http://www.hotelandesplaza.co/.
Veja Mais Sobre a Colômbia: Projeto Colômbia
Medellin. Dois dias foram pouco
Cartagena das Índias
Caño Cristales
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Palácio da Justiça |
Plaza Bolívar e o Capitólio |
Passeata de trabalhadores na Plaza Bolívar |
Simon Bolívar, o grande libertador da América Espanhola |
A linda Igreja Nossa Senhora do Carmo, que infelizmente estava fechada |
Centro Gabriel Garcia Marquez |
Rua do centro histórico de Bogotá |
Adão e Eva de Fernando Botero |
Pátio interno do Museu Botero |
Ruas do centro histórico |
Rua na Plaza Chorro de Quevedo |
Plaza Chorro de Quevedo |
Museu do Ouro |
Um "Pensador" pre colombiano no Museu do Ouro |
Feirinha de artesanato ao lado do Museu do Ouro |
De dentro de uma estação do Transmilênio |
A entrada do Cerro de Monserrate e o teleférico |
O santuário |
Eu, Wilkie e Bogotá, do alto dos 3150m do Cerro de Monserrate |
Movimento ainda começando na Zona T |
Choperia famosa na cidade |
Nossas escolhas no Andrés Carne de Res : arepa de entrada |
e carne com batatas criolas |
O enfeitado ônibus que nos levou a Zipaquirá |
Entrada da Catedral de Sal de Zipaquirá |
Via Crucis |
Escultura toda em sal |
Nave central |
Ralando nas minas |
Na saída da Catedral com meu SALário pelo "trabalho" nas minas |
2 comentários:
Lindas fotos. Adorei o relato. Viajei junto.
Perfeito, curto mt o teu estilo de escrever. Parabéns! Tua descrição será, com certeza, de grande utilidade pra quem procurar informações sobre Bogotá. E sobre a maravilha que é a Catedral de Sal de Zipaquirá então...
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