Sabe quando você vai a um
lugar sem a mínima noção do que encontrará?
Foi assim comigo em Campo
Grande.
Quando se pensa em Mato
Grosso do Sul a primeira (e talvez única) coisa que vem à cabeça das pessoas é
Bonito e o Pantanal.
Tanto é assim que a grande maioria
dos turistas já sai do aeroporto direto para esses locais, de carro alugado ou
com as agências.
No meu caso, claro que, com
a programação acertada de correr na capital de MS, arranjei uma semaninha de
férias para também conhecer esses dois locais tão famosos.
A prova em Campo Grande para
cumprir minha etapa do “Projeto Conhecendo Correndo as Capitais do Brasil” não
poderia ser outra: Volta das Nações (http://www.voltadasnacoes.ms.sesi.org.br/)
Eu já tinha lido sobre ela.
Já foi a corrida de rua com maior número de inscritos no país e hoje continua
grande (só perdendo para a São Silvestre). Nessa 6ª. edição teve 26,4 mil inscritos!
Por que tanta gente? Bem,
pode ser porque a prova é de graça, pode ser porque tem um sorteio de um carro.
O fato é que a grandíssima maioria participa mesmo é da caminhada de 7km e da
corrida de 10. Poucos são os participantes da meia maratona.
Pudera! O percurso é puxado,
com muitas subidas, a largada é tarde, o que só piora a dificuldade porque o
calor cobra o preço.
Com tanta gente envolvida, a
entrega do kit estava tranqüila. Mas acho que àquela hora (2 da tarde), nos
37/38oC que estavam fazendo, não seria mesmo o horário ideal para alguém sair de
casa em busca do kit...
Bom para mim e os corredores
“quenianos” que conhecei no aeroporto e com os quais fui direto ao Centro de
Convenções Albano Franco, Samuel e Everton.
Com Everton e Samuel |
De manhã a concentração de
gente era grande no local da largada, que estava prevista para às 7:25h (!)
para o pelotão geral dos 21 e 10km.
Cheguei meia hora antes,
crente que teria tempo suficiente para aquecer e tirar fotos, quando de repente
ouvi o locutor dizendo que a largada feminina seria dali a poucos minutos.
Como assim ???
Não tenho do que reclamar da
organização da prova em relação ao percurso.
Água a cada 2,5km, trânsito
bem organizado, gel de carboidrato, staffs sempre dando força.
Mas a largada ser às 7:25h é
uma maldade com o corredor!
A combinação desses fatores
fez com que a 6ª. Volta das Nações entrasse para a história das corridas de rua do
Brasil com uma triste estatística: 2 pessoas mortas.
Isso mesmo. Tive a
infelicidade de passar, no km 20 pelo pequeno enxame de ambulância e gente e
ainda presenciar os médicos aplicando massagem cardíaca no corredor de 30 anos
que logo depois soube ter falecido ali mesmo.
O outro falecimento foi de
um senhor de 67 anos que também teve uma parada cardíaca durante a prova, foi
socorrido e, depois de passar duas
semanas no hospital, finalmente veio a falecer também. Triste.
A premiação da meia maratona
foi um capítulo à parte e a confusão foi grande.
Dois atletas foram
desclassificados (entre eles o Samuel) por não terem corrido com a camisa da
prova. Tudo bem, regulamento é regulamento mas..... Me poupe!
Mais um 21. 15a. capital cumprida |
No mais, a concentração
depois da prova, no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco é um
verdadeiro “calor humano” àquela hora do dia, todos juntos e misturados esperando
pelo sorteio do carro.
Multidão à espera do sorteio do carro |
Infelizmente não fui eu quem
ganhou e ainda fiquei um tempo vendo a premiação mas àquela hora (quase meio
dia!), depois de correr 21km, com fome e calor, desisti e fui pro hotel.
E então, minha curtição de
Campo Grande, a chamada “Cidade Morena” (devido a cor da terra ser avermelhada),
com suas ruas largas e arborizadas resumiu-se ao delicioso rodízio de peixes no
restaurante “Casa do Peixe” (adorei o
Pintado e a costela de Pacu) e ao Parque das Nações Indígenas que ficava
pertinho do hotel e ao qual fui a
primeira vez logo no sábado à tardinha.
Como sempre faço, perguntei no hotel se era perigoso eu ir caminhando sozinha. Me disseram que a cidade era tranqüila, que eu não tivesse medo pois o máximo que iria encontrar seriam capivaras. Claro que achei que estivessem brincando.
Como sempre faço, perguntei no hotel se era perigoso eu ir caminhando sozinha. Me disseram que a cidade era tranqüila, que eu não tivesse medo pois o máximo que iria encontrar seriam capivaras. Claro que achei que estivessem brincando.
Claro que elas não ficam no
meio das ruas, mas como no parque existem muitas, vez por outras dão uma saidinha pra "desopilar".
O Parque das Nações
Indígenas é enorme!
Bem cuidado, com lago,
museu, quadras, concha acústica e pista para correr e pedalar à vontade.
Pôr do sol no Parque das Nações Indígenas |
Mas o que me impressionou
foram as cigarras e seu canto ensurdecedor. Para quem só as conhecia através da
fábula e da música da Simone, foi com curiosidade que ouvi seu canto e vi seu exoesqueleto
pregado nas árvores, descobrindo assim que ela passa por uma metamorfose. Correndo
o Mundo e aprendendo....
Um vídeo excelente para quem se interessar: http://www.youtube.com/watch?v=0JJz36rSob0
E um vídeo feito por mim do canto da cigarra. "Si, si, si, si, si, si, si,si"
Um vídeo excelente para quem se interessar: http://www.youtube.com/watch?v=0JJz36rSob0
Outra coisa que vi no parque
foi o povo tomando “chimarrão”. Achei que fosse um gaúcho maluco bebendo chá
quente naquele calorão, mas depois fiquei sabendo que, apesar da bebida ser
parecida, os sul-mato-grossenses a bebem com água gelada e, no lugar da cuia,
um copo de alumínio. E se chama "tereré".
Correndo o Mundo e aprendendo (2)....
Correndo o Mundo e aprendendo (2)....
A próxima etapa será Maceió-AL, mas antes, uma passadinha rápida por Bonito e o Pantanal sul-mato-grossense no próximo blog.
Dicas para quem vai:
Hotel Ibis Budget: hotel bom e a poucos metro
da largada/chegada da prova.
Restaurante Casa do Peixe: http://casadopeixe.com.br/
Mais fotos:
Mais fotos:
Centro de Convenções Albano Franco - entrega do kit |
5 comentários:
Que lindo Lia... venha correr conosco em janeiro. Abraços
Daniele
Estamos esperando por você Lia Campos, foi um prazer te conhecer!!!!!!!!
Jackelyne Rocha
Muito show Lia Campos. Parabéns pelo Blog.
Everton
belissimo artigo Lia Campos
Samuel Ribeiro
Adorei, Lia! Curtindo e aprendendo!
Ana Célia
Postar um comentário