Colonia Del Sacramento e Montevidéu - Uruguai - Correndo o Mundo

Cada vez mais apaixonada pela América do Sul e curiosa em descobri-la, coloquei como foco em 2014 o Uruguai e a Colômbia. Com a desculpa da prova “Cruce Del Rio Uruguay”, ficou fácil focar no primeiro.

Uruguai é um país pequeno e tudo que eu procurei saber por lá, fiquei com aquela impressão de não ser típico do local. Mais ou menos assim: comida típica? Carne. E não é da Argentina? Bebida? Chimarrão. Mas isso basta ir em Porto Alegre pra ver o povo todo bebendo.... Música? Tango. Ôpa! Não é também argentino?

Confesso que não fui à procura de dados seguros, mas segundo eles, o churrasco é deles, sendo eles os maiores consumidores de carne do mundo e o tango é originário do Uruguai e inclusive. seu maior ícone, Carlos Gardel, nasceu por lá. Bem.... Quem sou eu para questionar... :)

Mas aprendi que o famosíssimo tango, "La Cumparsita", não é argentino. Vero. Esse tango, que está entre as dez músicas mais tocadas no mundo foi composto pelo uruguaio Gerardo Matos Rodriguez e é o hino popular e cultural do Uruguai. Isso os argentinos não podem negar.

Cheguei em Montevidéu, no moderno e bonito aeroporto de Carrasco, no começo da madrugada e, como meu destino primeiro seria Colônia Del Sacramento, achei que não tinha sentido ir para o hotel para depois pegar ônibus na rodoviária, então, no maior estilo mochileira, encontrei um banquinho no aeroporto (incrivelmente quieto àquela hora) e consegui dar uns cochilos. Antes do sol nascer eu já estava em um ônibus em direção à rodoviária e de lá pro meu destino, Colônia Del Sacramento (180km).

Colônia Del Sacramento fica às margens do Rio da Prata e foi a única cidade da América que teve colonização portuguesa fora do Brasil.

Reconhecida como Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO, foi no centro histórico que decidi me hospedar e, logo ao chegar, saí a caminhar e a descobrir suas ruazinhas de pedra, o cais, as lojinhas de souvenirs e restaurantes. Cidade tranqüila, com grande concentração turística. Mas mesmo assim bastante tranqüila.

Parada pro almoço

Além do cansaço da viagem, já tinha resolvido dormir aquela noite por lá para poder ver o por do sol. Não me arrependi. Ainda tive a grata surpresa de presenciar um grupo dançando pelas ruas o Camdombe, essa sim, uma dança tipicamente uruguaia, originária dos escravos, com tambores.

Na manhã seguinte bem cedo, antes mesmo do dia clarear, fui conhecer as praias (de rio, claro) e a Colônia não turística, correndo.
Não encontrei nenhum outro ser humano correndo àquela hora, mas foi delicioso. Cidade com prédios modernos, limpíssima, tranqüila, segura. Achei que deve ser muito bom morar ali.

Treino matinal pelas ruas de Colonia Del Sacramento

Hora de voltar para Montevidéu, onde também optei por me hospedar no centro histórico, apesar de pertinho das ramblas.

Montevidéu, ou Montevideo em castelhano, é considerada uma das cidades da América Latina com melhor índice de qualidade de vida e a maior atração do país ultimamente é o seu presidente, Luís Mujica, que tem aparecido na mídia com medidas de vanguarda, além de demonstrar ser um cara simples, com interesse que parece ser genuíno em servir seu país, coisa que deixa babando qualquer brasileiro. Muito popular e querido por lá, até que procurei por ele e pelo seu fusca, mas não foi dessa vez...

Local de trabalho do "Seu Mujica"

O centro histórico é pequenino. O lance é sair andando sem pressa, olhando o povo, os edifícios, o movimento. Apesar de ser a capital do país, achei tudo muito quieto (aliás, desde minha chegada, já no aeroporto, tranquilidade e quietude pareceram ser sinônimos de Uruguai). Cadê a multidão que costumo ver em centros das capitais? Cadê os engarrafamentos? Nada. Tranquilidade. Bom!

Rua no centro

Palácio Salvo, Já foi o prédio mais altos da América do Sul

O Mercado do Porto é uma das grandes atrações turísticas, com vários restaurantes servindo a maior variedade de carne que se possa imaginar e, aí sim, lotaaaado.

Mercado do Porto

À noite, o destino foi o Baar Fun Fun (http://www.barfunfun.com/) , o mais antigo bar da cidade.
Pequenininho, famoso não só pelos tangos que já foram tocados por lá, mas também pela bebida da casa, a uvita, um vinho adocicado.

A casa não é só turística. Havia uruguaios e uma mistura grande de latino americanos, passando pelo Brasil, Argentina, Cuba, Colômbia, Venezuela, Equador. Muito legal fazer parte dessa latinidade.

Depois de um show de tangos com um casal, foi a vez de um trio sensacional que não podia expressar melhor aquele encontro de “hermanos”, com ritmos latinos os mais diversos.Noite inesquecível.

Para completar fiz um longo passeio pelas ramblas, às margens do Rio da Prata, tão grande que mais parece um mar.
As ramblas são o sonho dourado de qualquer corredor: mais de 20 km seguidos em um bom calçadão com um visual de tirar o fôlego. Pessoas correndo, patinando, de bike. E o por do sol simplesmente liiiindo.

Não fui à Punta Del Este.
Em razão do tempo ter sido curto, preferi concentrar-me em Montevidéu e não me arrependi. Além do mais, fica a desculpa para uma futura volta.

Valeu, Uruguai.

Adorei!