E a viagem chegou ao fim com
gosto de quero mais. Muito mais.
O Peru pra mim foi uma
surpreendente e maravilhosa descoberta,
com seu colorido, seu povo simpático, sua diversificada culinária e
tantos lugares lindos.
Eu não esperava encontrar
um país tão preparado em termos de
recepção turística.
Não tive qualquer
problema com as agências
contratadas. Todas muito profissionais e competentes. Em todos os locais que fui, sempre tinha uma
infraestrutura montada para atender os visitantes.
Hotéis, passeios, guias
treinados e taxas. Taxas para tudo. Até para andar nas dunas de Huacachina de
buggy paga-se taxa. Mais ou menos como se fôssemos passear pelas dunas do
Cumbuco e tivéssemos que desembolsar alguns reais.
Felizmente o custo por lá
não é alto. Hotéis e alimentação bem mais baratos que no Brasil e passeios
também a um bom preço. O único inconveniente é que é preciso saber pechinchar.
Sempre.
As taxas governamentais são
tabeladas, mas os passeios variam bastante de preço e aí o freguês precisa
gastar tempo, paciência e lábia pra negociar e conseguir preços melhores. Em "Nuevo Sol", a moeda do país, usualmente chamada simplesmente de "soles".
Em relação a saber
pechinchar, quem não sabe tem que aprender logo de cara ao usar os táxis. A
tarifa de táxi no Peru é praticamente de graça se comparada com a do Brasil,
mas eles não usam taxímetro. Então, ANTES de entrar no táxi as pessoas precisam
combinar o preço da corrida com o motorista, do lado de fora, com a cabeça na
janela do passageiro. Nessa hora, percebendo que o passageiro é turista, eles
exploram mesmo. Eu aprendi uma tática que era já sair sabendo o valor do meu
percurso e ao ser deixada no local, perguntava logo pro taxista quanto seria a
corrida pro meu próximo destino. Deu certo, mas, como não gosto de negociar
preço, saí do Peru querendo distância de taxista e já pensando em usar os ônibus como transporte somente
pra não passar por essa etapa
obrigatória de barganha.
O Peru investe no turismo e
está tendo o retorno com muitos visitantes de todas as nacionalidades,
principalmente americanos e europeus.
Cusco, como era de se
esperar, foi o local mais lotado. Tanto, que muitas vezes o vai e vem de
pessoas atrapalhava e roubava um pouco a beleza dos lugares.
Chamou-me a atenção em Cusco
o “tipo” de turista. Muitos grupos da 3ª. idade. Eu, que não tinha ido antes
por receio à altitude, achei super legal
ver tantas pessoas mais velhas, por vezes com a ajuda de bengalas, encarando as
subidas nas ruínas, em uma altitude de mais de 3 mil metros, com uma grande
naturalidade. Disposição que não vejo no Brasil.
O país também é tranqüilo em
relação à segurança. Não presenciei nem ouvi falar sobre roubos, furtos ou
violência e caminhei por lá sem problema em todos os locais.
Os peruanos são pessoas
muito simpáticas e amáveis, de sorriso e conversa fáceis. Tirando Lima, onde as pessoas são mais "globalizadas", com seus celulares, mp3 e jovens cosmopolitas, o que
vi pelo restante do país foram pessoas simples, humildes. Mas nem por isso vi pedintes ou mendigos
nas ruas. Pessoas simples e pobres, sempre vendendo artesanatos, mas nunca
pedindo esmolas.
Apesar de toda essa
simpatia, o trânsito nas cidades é estressante com tantas buzinas. É uma
verdadeira sinfonia de buzinas que por vezes me deixava zonza. Do jeito que
tenho horror a barulho, com certeza, se eu morasse por lá, teria que fazer
terapia pra sobreviver a esse costume nacional.
De avião, ônibus, barco,
trem, foram 15 dias e pouco mais de 3000 km rodados em um país com 29 milhões
de habitantes, onde a língua oficial é o castelhano, mas que ainda preserva - e
fala - as duas principais línguas nativas, o quíchua e o aimará, que inclusive
são ensinadas nas escolas, como forma de manter a tradição e cultura.
Preservam também seus
costumes e têm orgulho da sua história. Um povo bastante religioso e crente.
Uma religiosidade que me pareceu totalmente “misturada”, principalmente na
região de Cusco, onde em todas as igrejas, Jesus tinha por túnica os saiotes
usados pelos incas e nas pinturas onde a Santa Ceia era retratada, podia-se ver
os alimentos locais, como o cuy, o milho e a chicha no lugar do pão e do vinho.
Situado em uma região
propícia a tremores de terra, a população faz constantes simulações para
prevenção de terremotos e me assustou um pouco as placas de sinalização
indicando rotas de evacuação em caso de tsunami e locais seguros em caso de
terremotos.
Felizmente passei os 15 dias
sem risco de nenhum desastre natural e as recordações que trouxe do país foram
maravilhosas e inesquecíveis. Tanto, que penso em voltar um dia. Rever Lima com
mais calma e descobrir novos lugares e paisagens que agora sei que existem.
Voltarei sim, Peru.
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Canion Del Colca |
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Chicha morata |
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Cusco |
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Lima |
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Lima |
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Lima |
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Miraflores - Lima |
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Vale Sagrado dos Incas |
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O Cuy! |
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Machu Picchu |
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Isla de La Luna |
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Arequipa |
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Arequipa |
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Oxigênio para ajudar no mal de altitude |
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Huacachina |
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Paracas |
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Ilhas Balestas |
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El Beso - Lima |
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Lima |
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Lima |
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Circuito Mágico das Águas - Lima |
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Roteiro |
6 comentários:
Lia
AS fotos estão maravilhosas !
Que país diferente do nosso, sendo tão próximo!
Bjo linda.
Tânia
Massa demais o Peru, mas melhor mesmo é teu blog e as fotos. Valeu pela descrição detalhada. Muito bom!
Celo
Parabéns pelo relato, pelas fotos e pelas dicas, adoro lugares rústicos e que preservam suas tradições, fiquei com vontade de conhecer, quem sabe um dia.... mais uma vez parabéns, as fotos ficaram belíssimas.
Lorena
Relato emocionante, Lia.
A sequência de fotos é um poema...
Lia, as fotos estão maraaaaavilhosasssssss! Belo e diferente o Peru.
Parabéns
Bj,
Cláudia
Excelente relato, Lia! Estou voltando do Peru e senti o país exatamente como você o descreve. Estou encantada. Também quero voltar um dia. Não fui a Arequipa e Puno. Ficaram para a próxima. Suas fotos estão lindas! Parabéns!
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