Fui desaconselhada pelo meu médico de fazer essa prova, já que seria minha 3a. maratona no espaço de 11 meses.
Como seriam os primeiros 42k (desde que eu comecei a correr, pelo menos) no Ceará, resolvi fazê-los com o objetivo de terminá-los sem preocupação com tempo.
Mas maratona é sempre uma maratona, quer você vá "pra valer" ou "a passeio" e essa foi uma maratona dura, com problemas na organização e o resultado disso foi o início de uma lesão que "estourou" um mês depois, nos 21km que fiz em Valência, na Espanha, e que me deixou fora das corridas pelo período de 6 meses.
Segue o post publicado do blog Tempo de correr sobre a prova:
“Eu desde o início fui uma grande entusiasta dessa maratona no Ceará. Ouvi muitos boatos, muitas críticas à organização, mas nunca dei ouvidos, sempre acreditei e era uma propagandista da prova. Mas os defeitos devem ser ditos, principalmente para serem analisados e solucionados no próximo ano.
Tudo começou perfeito: organização na entrega dos kits, camisa de excelente qualidade, além de linda. A arquibancada montada para familiares e amigos foi uma excelente idéia. O atraso na largada foi compreensível, devido a um acidente fora do previsto. Aliás, se a prova tivesse sido pela manhã, todos teriam reclamado, mas como foi à tarde, creio que a maioria achou foi bom, pois o sol ficou menos forte.
Alegria e ansiedade antes da largada
Dada a largada. Todos muito alegres, ansiosos, animados.
No 1º posto de gatorade, km 15, o mesmo estava quente .Quente mesmo! Mais uma vez, sorte da prova ser à noite, do contrário não teria dado pra beber. No restante da prova, não senti falta de água, apesar de em muitos postos, ela estar quente.
Passei pelo 2º posto de gatorade. Dessa vez em copos abertos.
Passei pelo 2º posto de gatorade. Dessa vez em copos abertos.
Como no Blog Tempo de Correr o Adolfo tinha dito que haveria 5 postos de gatorade e 2 de alimentação para os maratonistas, informação essa confirmada pelo Marcelo no dia em que fui pegar meu kit, calculei minha própria alimentação pra prova contando com isso e levei menos gel do que o de costume.
Mas os kms passavam e nada das laranjas, bananas ou rapaduras prometidas. Tampouco vi mais postos de gatorade. Por volta do km 29-30, a pista é um deserto só. Escura, deserta, sem casas. Não vi ninguém da organização nessa parte do percurso.
Nessa hora, tive a sorte de ter uma maratonista – Sara – correndo ao meu lado e o marido que estava de carro a acompanhando.
Me senti mais segura (aliás, foi meu salvador também por ter me oferecido um pacote de biscoitos salgados, depois de já ter tomado meu último gel). Um amigo que também correu os 42 achou a mesma coisa sobre essa parte do percurso. Até falou que se alguém passasse mal ali, não teria ninguém pra socorrer. Isso sem falar na insegurança. Faltou policiamento, iluminação e staffs nesse local.
No km 33 meu último gel já tinha ido embora e, quando vi o posto de água me enchi de esperança em encontrar alguma coisa pra comer. Parei no posto. Perguntei pelo gatorade, pela alimentação. Só depois da pergunta foi que o staff me apontou dois sanduíches sobre a mesa (se eu não tivesse perguntado ele não teria me oferecido). A vontade foi de pegar os dois, mas pensei em quem vinha atrás de mim e provavelmente com meu mesmo problema e peguei somente um.
Nesse local vi cascas de laranja no chão. Sinal de que teve fruta, mas em quantidade mal calculada. Corri até o km 35 com esse sanduíche na mão, “suvinando”, pois ainda teria 9 km pela frente, os mais duros. No km 35 vi o Adolfo. Reclamei dos postos de alimentação. Ele mostrou-se surpreso, disse que ninguém tinha dito nada e falou que iria verificar. Perguntei também pelo gatorade. Ele disse que no km 36 teria.
Km 36. Surpresa! Somente água. O rapaz do staff falou que tinha acabado o isotônico. Completei minha prova. Fiquei super, hiper feliz por ter vencido mais um desafio.
Ao chegar conversei com Marcelo, que também não estava sabendo da falta dos postos de alimentação. Me pediu pra que eu lhe mandasse um email com o que eu tinha visto de errado.Conversei com um amigo que completou a prova em 3h20 e ele me falou que isso não tinha sido surpresa, já que quando passou pelos postos, notou que tinha pouca fruta e previu que os retardatários não iriam encontrar nada. E olha que depois de mim acho que ainda chegaram mais de 10 maratonistas.
Na chegada ainda vi sopa e só, já que a essa altura ia embora e não procurei mais por comida e os apáticos staffs, não me ofereceram nada, nem me mostraram o que tinha pra comer. Só soube o que tinha pelos comentários depois. A medalha da prova é lindíssima.
Acredito que pra quem correu os 7 e os 21 km a prova foi perfeita, mas correr uma maratona é algo muito desgastante, difícil, penoso mesmo. Por isso é preciso que a prova ofereça boas condições pros atletas, como segurança, alimentação, atenção especial. Do primeiro ao último atleta (principalmente o último!), não importando o tempo de prova..
Infelizmente, apesar de toda a minha torcida e esperança, a Maratona do Sol Poente deixou muito a desejar nesses pontos, para quem correu os 42. Pelo menos para os mais lentos, como eu. Mas fica aí minha experiência, com críticas que espero que sejam construtivas.”
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