"A verdadeira arte de viajar...
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando! "
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando! "
Assim como o esporte, as viagens entraram na minha vida muito cedo. Nesse caso foi questão de DNA.
O espírito viajante e aventureiro dos meus pais é considerado pra mim uma maravilhosa herança.
Já pequena, saíamos eu, meus pais e 2 irmãos (o 3º ainda não havia nascido) pra viagens pelo interior do Ceará, por fazendas de amigos, sítios e, principalmente, pra Camocim (cidade natal de meu pai), onde costumávamos ir nas férias e nos carnavais.
Ainda na infância, e com a chegada do caçula, meu pai fez valer de seu espírito aventureiro e destemido e, surpreendendo muitas pessoas, largou emprego seguro em Fortaleza se mandando pra França, onde conseguiu uma bolsa para fazer estudos de especialização em sua área – Hemoterapia. Foi na frente e minha mãe, grande companheira de todas as horas e igualmente louca pra segui-lo em seus sonhos e aventuras, ficou em Fortaleza com nós 4, esperando o final do ano letivo, quando finalmente partimos pra cidade de Montpellier, no sul da França, para passarmos uma inesquecível experiência de 10 meses.
Nossa chegada na França - 1976
"Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando"
Centro de Hemoterapia em Montpellier, local que acolheu a família no início
A rua onde moramos em Montpellier
Nesse período, viajamos para todos os países que tivemos a oportunidade de viajar: Portugal, Espanha, França, Grécia, Itália, Inglaterra. Tínhamos um Taurus com um bagageiro em cima da capota, onde era acondicionado todo um equipamento de camping. Isso mesmo: passamos esses 10 meses acampando pela Europa, um casal de brasileiros com quatro filhos pequenos, com idades variando de 9 a 2 anos!
Eu e meus irmão em algum lugar na Europa
Viajávamos nos finais de semana e nas férias, pois em Montpellier frequentávamos a escola. Perdemos 1 ano de colégio no Brasil, mas o ano que vivemos fora do país valeu por muitos em aprendizado e união da família. Com certeza esses 10 meses foram os grandes responsáveis por fazer nascer em mim e nos meus irmãos esse espírito aventureiro e curioso. Eu, por ser a mais velha dos quatro, fui a mais beneficiada. Tenho na lembrança praticamente todos os lugares, acontecimentos, fatos. E quanta coisa aconteceu! Quantos episódios engraçados! Por vezes chegávamos num local, como na Grécia, totalmente incapacitados de nos comunicar verbalmente, uma vez que meus pais só falavam francês e português. Nessas ocasiões, a ordem era se virar com a linguagem dos sinais e no fim tudo sempre deu muito certo.
Outras vezes chegávamos numa cidade já à noitinha, cansados, ficávamos perdidos. 4 crianças com fome, uma delas ainda bebê. Sem problema! Papai parava o carro, mamãe descia, tiravam nosso fogareirozinho de dentro do porta-malas e, na calçada mesmo, mamãe preparava pelo menos o mingau pra conter o choro do Marcelo, o bebê. Parecíamos uns ciganos, ali, no meio da rua! Posso viver mil anos, mas nunca esquecerei momentos como aquele.
4 figuras em Londres (6, com os macaquinhos)
Nessa época, na Europa os casais já tinham poucos filhos e nossa família sempre chamava atenção pela quantidade de criança. Até fotos pediam pra tirar da gente!
Nós e nosso Taurus, em frente às muralhas da cidade medieval de Carcasonne, França
3 comentários:
Lioca, quanta recordação!
Se fosse possível repetiríamos tudo outra vez, para fortificar cada vez mais o que aprendemos em termos de união, confiança e companheirismo entre nós.
Parabéns pelo blog!
Mamãe e Papai
Eu que sou o unico que Nao me lembro de absolutamente NADA, sofro fortes consequências do espirito aventureiro dos nossos pais diante da idéia dessa viagem quando não se tinha internet e a infra estrutura turística que se tem hoje por esse mundo.
Pra quem quiser ver aí esta o meu blog pra provar isso tudo. www.Itinerantfling.com
Marcelo campos
Lia, q bela história!!!
Q belo presente seus pais te deram ao te mostrar desde cedo o prazer de viajar.
Parabéns novamente pelo blog.
Bjs
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